Associação Uruguaia de Futebol (AUF).
Durante uma entrevista coletiva realizada na Associação Uruguaia de Futebol (AUF), na capital do Uruguai, Montevidéu, o novo presidente da FIFA, Gianni Infantino, se mostrou a favor da ampliação do número de seleções que participam da Copa do Mundo. Na última Copa do Mundo, que foi realizada no Brasil, trinta e dois países participaram do principal campeonato de seleções mundiais, mas para a Copa do Mundo de 2026, a qual ainda não tem sede definida, o presidente pretende aumentar esse número para quarenta países. “Temos que ampliar. A ideia seria a partir de 2026, vamos falar com todos: com os jogadores, com o conselho (da FIFA)”. Infantino ainda afirmou que pensa na possibilidade que a seleção campeã da edição anterior não se classifique automaticamente para a próxima edição e justificou que poderia dar oportunidades a outras equipes. “Não só dá a possibilidade de mais equipes participarem, mas dá a muitas equipes a possibilidade de sonhar com a participação”. O novo presidente ainda falou que, caso a proposta fosse aprovada, a Conmebol teria direito a cinco vagas diretas para a Copa do Mundo e direito a uma vaga na repescagem. Atualmente, a Conmebol tem direito a quatro vagas diretas e uma repescagem. “Minha proposta para a América do Sul é de cinco (vagas) asseguradas e talvez mais uma disputada em campo”.
Nos dias 12 e 13 de maio a FIFA debaterá o processo de candidatura para sediar a Copa do Mundo de 2026, em um Congresso que será realizado na Cidade do México. A FIFA já deveria ter recebido algumas propostas no ano de 2015, porém, com os escândalos de corrupção na entidade, o procedimento teve de ser adiado.
Reforma da Conmebol
Em outra entrevista, dessa vez realizada na sede da Conmebol no Paraguai, o presidente da FIFA, Gianni Infantino, falou sobre os problemas enfrentados pela entidade sul-americana enfrenta com a falta de transparência na sua gestão e disse que pretende enviar uma equipe para fazer algumas “reformas” da confederação sul-americana. “Com a Conmebol, vamos trabalhar em todos os aspectos que sejam necessários. É preciso que as reformas que se aplicaram na FIFA sejam aplicadas também na Conmebol, e vamos enviar pessoas para esse fim”. Quando Infantino foi perguntado sobre a situação da federação brasileira ele deu a seguinte resposta: “A CBF é uma confederação que teve problemas, mas que está tentando deixar a entidade mais transparente. Quando se fala de futebol, se fala de Brasil, e estou aqui para ajudar”.
Gianni Infantino na sede da Conmebol.
O presidente da principal entidade do futebol mundial também falou sobre as reformas que pretende realizar na FIFA, uma delas será o controle da “ficha limpa” de seus dirigentes e o aumento da transparência das contas e na área financeira. “Não podemos mudar o passado, mas podemos influenciar o futuro, e estamos aqui para isso. Vamos tomar todas as medidas necessárias para que as coisas do passado não se repitam no futuro”, afirmou Infantino, que também comentou sua intenção de investir US$ 1,4 bilhão (R$ 5,1 bilhões) no desenvolvimento do futebol ao redor do mundo.
O presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, esta junto á Infantino e afirmou que lançará na próxima semana as bases para a reforma de transparência da entidade sul-americana. “Na próxima segunda-feira, dia 4 (de abril), teremos reunião do Comitê Executivo da Conmebol, e se estabelecerão as bases de auditoria e perícia. Estamos sob muita pressão, mas é uma pressão saudável que nós fazemos sobre nós mesmos, de mostrar os resultados das mudanças”, anunciou o presidente da Conmebol.
Já pensando na Copa de 2030
No inicio dessa semana, quando Gianni Infantino foi para o Uruguai para se reunir com o chefe de Estado uruguaio, Tabaré Zázquez, e com o presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), Wilmar Valdez. Entre os principais assuntos a serem tratados nas reuniões estava à intenção do Uruguai, juntamente à Argentina, em sediar a Copa do Mundo de 2030, que marcaria os 100 anos da primeira edição do mundial, que aconteceu no Uruguai em 1930. Mesmo com três Copas do Mundo para organizar (2018, 2022 e 2026), Infantino já se mostrou a favor da realização conjunta do mundial em 2030. “É verdade que falamos deste sonho. Ainda está bastante distante e precisamos organizar todos os processos até 2026 na Fifa. De qualquer forma, são 100 anos do primeiro Mundial e a história tem que ser respeitada. Sou favorável ao Mundial de 2030 ser disputado no Uruguai e na Argentina, ainda que as 209 federações precisem votar”. Depois de percorrer alguns países sul-americanos, Gianni Infantino ainda tem viajem marcada na Colômbia e na Bolívia, onde participará de uma partida amistosa entre ex-atletas da seleção boliviana.
Gianni Infantino foi eleito como presidente da FIFA há um mês e já tem mostrado que quer trazer várias mudanças para a entidade que agora perdeu toda sua credibilidade com o público por causa dos escândalos de corrupção e a prisão de seus dirigentes pela justiça americana. O suíço Infantino vem para trazer reformas e uma nova imagem da FIFA.
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