A Polônia se prepara para participar de uma fase final da Eurocopa pela quarta vez em sua história. O time que tem em Robert Lewandowski sua principal referência chega na prova sob a orientação do português Paulo Sousa, outrora internacional por Portugal que está cumprindo sua primeira experiência enquanto técnico de uma seleção principal. Apesar de ter já ter ficado na terceira colocação da Copa do Mundo por duas vezes, o registo polonês em Eurocopas é bem mais modesto. Há cinco anos atrás, as “Águias Brancas” protagonizaram mesmo sua melhor campanha de sempre em uma edição do Campeonato da Europa, sendo que caíram às mãos da seleção de Portugal (viria a conquistar o troféu) nas quartas da competição.
O time rubricou uma boa prestação rumo à fase final dessa Eurocopa 2020. Inserido no Grupo G junto com Áustria, Macedônia do Norte, Eslovênia, Israel e Letônia, a equipe polaca foi bem dominadora e terminou na liderança da chave com 25 pontos somados, resultado de oito vitórias, um empate e uma derrota – o único desaire polonês aconteceu na visita à Eslovênia. Todo o ciclo de classificação que terminou no dia 19 de novembro de 2019 foi realizado sob as ordens de Jerzy Brzeczek, técnico que acabaria por ser despedido após uma má campanha na Liga das Nações. Em janeiro de 2021, os responsáveis do futebol polaco decidiram avançar para a contratação de Paulo Sousa, técnico português que estava sem clube desde o final da temporada 2019/20.
Apesar de ir apenas para a quarta presença em fases finais da Eurocopa, a seleção da Polônia fá-lo de forma consecutiva: se estreou em 2008, na edição organizada na Áustria e na Suíça; em 2012 foi a vez de assumir o papel de organizadora juntamente com a Ucrânia, assegurando a classificação direta, conseguiu o melhor desempenho de sempre na França e agora se apresenta pronta a lutar por uma vaga na fase a eliminar nessa Eurocopa 2020. Apesar de não ter participado das edições de 2010 e 2014 da Copa do Mundo, a Polônia esteve na Rússia, em 2018. Seu percurso acabou por culminar sem glória, dado que os poloneses foram últimos da sua chave, partilhada com Colômbia, Japão e Senegal.
Um português no comando da Polônia
Paulo Sousa teve um percurso de sucesso enquanto jogador, importando destacar a conquista de duas Ligas dos Campeões, uma Liga Europa (Taça UEFA à data) e ainda a Copa do Mundo Sub-20, em 1989, ao serviço de Portugal. Sousa representou Benfica, Sporting, Juventus, Borussia Dortmund, Inter de Milão, Parma, Panathinaikos e Espanyol, clube catalão no qual viria a encerrar sua carreira na temporada 2001/02. Sua carreira de treinador começou ao serviço das categorias de base da seleção portuguesa, abraçando seu primeiro grande desafio ao assumir o QPR em 2008/09. Daí seguiu para o Swansea em 2009/10 e na temporada seguinte teve uma breve passagem pelo Leicester, antes de se aventurar no futebol húngaro, com o Videoton, clube ao serviço do qual conquistaria uma Copa da Liga e duas Supercopas. Campeão em Israel com o Maccabi Tel Aviv e na Suíça com o Basel, teve a oportunidade de ingressar na Fiorentina e aí esteve durante duas temporadas. Em 2018 rumou à China para orientar o Tianjin Quanjian e, por fim, esteve temporada e meia em Bordéus. Após alguns meses de interregno, retornou aos bancos para orientar esse time da Polônia, mas até então, disputou apenas cinco encontros no cargo, nomeadamente os três das eliminatórias para a Copa do Mundo 2022 disputados em março e os dois de preparação para essa Eurocopa 2020. Para já, o saldo é de uma vitória, três empates e uma derrota.
A armada de Lewandowski
Robert Lewandowski é provavelmente o melhor camisa 9 da atualidade. O atacante do Bayern de Munique é absolutamente letal junto da baliza contrária e pode fazer a diferença a favor das “Águias Brancas” a qualquer momento. No entanto, tal como indica a obra de John Donne, “No Man is An Island” e o caso de “Lewa” não é exceção. O atacante precisa ser servido da melhor forma e está claro que as qualidades dessa seleção não se esgotam em Lewandowski.
Paulo Sousa certamente gostaria de ter trabalhado mais tempo com o time antes da estreia nessa Eurocopa 2020 por vários motivos. Atendendo à forma como tem vindo a montar o time, a expetativa é a de que essa Polônia se apresente em um sistema próximo de um 1x4x2x3x1. Partindo de trás, Fabianski será o goleiro, com Kedziora por uma lateral e Rybus na outra. No eixo da zaga, Bendarek e Glik deverão formar dupla. Na meia, Krychowiak deverá ser o jogador de maior contenção, com Linetty a desempenhar importante ligação entre setores, mas ambos funcionando nas costas de Klich, jogador do Leeds de Bielsa que funcionará como unidade mais avançada da meia. Zielinski, também ele passível de ser opção para a meia, deverá cair mais na ala esquerda, enquanto Jozwiak também atuará pelos flancos. No centro, Robert Lewandowski, o “homem-golo” dessa seleção polonesa, apontado em muitos prognósticos em apostas como um forte candidato à bota de ouro dessa Eurocopa.
Polônia na Eurocopa 2020
A Polônia caiu no Grupo E dessa Eurocopa 2020, partilhado com Espanha, Suécia e Eslováquia. A seleção de Espanha é a indiscutível favorita à conquista da chave, ao passo que a Polônia surge em pé de igualdade com a Suécia em um segundo lugar em termos de favoritismo. A Eslováquia aparece aqui como principal “outsider” do grupo, mas a realidade é que também poderá aqui criar algumas dificuldades as suas adversárias e baralhar as contas do apuramento. Acreditamos que a Polônia até tenha mais qualidade individual que a equipa da Suécia, mas mesmo assim, o duelo entre essas duas nações se perspetiva bastante equilibrado, tal como indicam as cotações das Casas de Apostas. Em suma, a Polônia tem motivos para acreditar que a classificação para as oitavas dessa Eurocopa é possível.
Recordes da Polônia na Eurocopa
O melhor desempenho polonês em fases finais da Eurocopa aconteceu na França, em 2016, com a chegada nas quartas da competição. Essa será a quarta participação polonesa em uma fase final da Eurocopa e de modo consecutivo, dado que esteve em 2008, 2012 e 2016. Tanto em 2008 como em 2012,os poloneses não foram além da fase de grupos, terminando nos últimos lugares dos respetivos grupos.
Robert Lewandowski, Lukas Piszcek e Jakub Blaszczykowski, melhor conhecido por “Kuba”, são os três jogadores com mais partidas em fases finais da Eurocopa (8). “Kuba” é o artilheiro da seleção com três gols em fases finais da prova, seguido por Robert Lewandowski (2) que quer bater o recorde do companheiro de equipa nessa edição. Para lá disso, Kuba é um dos dois únicos jogadores a participar das três campanhas anteriores da Polônia em Eurocopas, junto com Jakub Wawrzyniak.
Boas Apostas!