Uruguai – Brasil (Copa América)

Chegaram as quartas-de-final da Copa América e o “prato forte” é o encontro que irá opor duas das seleções mais cotadas em prova. De um lado a seleção que mais títulos tem, a par com a Argentina. O Uruguai tem 15 títulos, mais 6 que o seu adversário que é o Brasil. Os uruguaios chegam a esta fase depois de vencerem o grupo C, enquanto que o Brasil ficou-se pelo 2.º lugar no D. Este grande embate joga-se no próximo sábado no Estádio Allegiant na cidade de Las Vegas.

Análise Uruguai

A seleção nacional do Uruguai teve uma fase de grupos quase perfeita, somando por vitórias os jogos disputados e um saldo de golos que mete respeito: 9 golos marcados e apenas 1 sofrido. No primeiro jogo, a seleção uruguaia venceu o Panamá, que ficou no 2.º lugar. A formação liderada por M. Bielsa chegou mesmo a ter uma vantagem de 3 golos, sendo que o tento do Panamá foi já ao cair do pano, a fixar o resultado final em (3-1). No jogo seguinte, o Uruguai fez ainda melhor goleando a seleção da Bolívia por cinco golos sem resposta. D. Núñez voltou a brilhar e somou o seu segundo golo no torneio. E na 3.ª e última ronda, o Uruguai, voltou a vencer e na casa da seleção anfitriã, os Estados Unidos que ainda alimentavam a esperança de qualificação.

Esta seleção do Uruguai já era apontada como tendo capacidade para se intrometer na luta pelo título, logo depois dos crónicos candidatos Brasil e Argentina. Mas, após a fase de grupos, a seleção celeste confirmou que é candidata em igualdade com Argentina e Brasil. Os uruguaios foram somente o melhor ataque da fase de grupos e apenas sofreram mais golos do que uma seleção – a Argentina. Além de tudo isto, é notável a forma como M. Bielsa montou este Uruguai e a resposta altamente pragmática que a equipa consegue dar dentro das quatro linhas. Com o rigor defensivo que já é característico desta seleção, M. Bielsa, trouxe toda uma facilidade de processos que tornam o Uruguai letal nos momento decisivos. Com tamanha solidez defensiva, espírito de grupo e interajuda e com o talento de jogadores como Valverde, D. Núñez, L. Suárez, Pellistri, Arrascaeta ou Varela, é uma lista enorme de jogadores que podem decidir os jogos a qualquer momento.

Provável Escalação: S. Rochet; Nández, R. Araujo, M. Olivera e Matias Viña; Ugarte, Valverde, M. Araujo, Pellistri e De la Cruz; D. Nuñez.

Análise Brasil

A seleção nacional do Brasil “carrega” o peso enorme da sua camisola e de tudo o que já conquistou no mundo do futebol. É precisamente por aqui que tem começado os problemas da seleção brasileira. Não é de agora que vemos “escassear” talentos que outrora foram abundantes, como alguns exemplos: Romário, Bebeto, Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, Dunga, Cafu, Neymar, Káká, Roberto Carlos, Lúcio, Robinho, e poderíamos estar aqui a dar uma lista infindável. A verdade é que cada vez mais se nota menos fantasia nos jogadores da seleção brasileira, e hoje vemos um onze inicial do Brasil com jogadores mais cotados como Vinícius Júnior, Rodrygo ou Raphinha, que sendo bons jogadores não estão ao nível dos grandes nomes dos atacantes que fizeram história na canarinha.

Sem a qualidade de outros tempos deveria exigir-se muito menos a esta seleção brasileira, mas o tal “peso da camisola” vai sempre colocar uma pressão “asfixiante” sobre os jogadores da canarinha. E isso notou-se, mais uma vez nesta Copa América onde o Brasil não venceu o seu grupo e foi logo motivo de discussão e crítica. Afinal não é desprestigiante ficar atrás de uma seleção forte como é a da Colômbia. O que poderá ser mais preocupante é o Brasil não se ter conseguido impor contra a Costa Rica, não tendo ido além do nulo. Isso sim é algo que deve preocupar os seus responsáveis, até porque mesmo não abundando tantos talentos, o Brasil tem equipa para poder apresentar outro nível nas suas exibições.

Este embate com o Uruguai será um verdadeiro teste à capacidade deste Brasil comandado por Dorival Júnior. Os altos índices de trabalho e a competitividade que o Uruguai demonstrou, e sobretudo a sua coesão defensiva, serão um enorme desafio para o Brasil.

Provável Escalação: Alisson; Danilo, E. Militão, Marquinhos, Wendell; Guimaraes, J. Gomes; L. Paquetá; Savinho, Raphinha, Rodrygo;

Dica de Prognóstico

Atendendo a tudo o que Uruguai e Brasil produziram na fase de grupos, e tendo em conta que o jogador mais cotado do Brasil não jogará, antevê-se uma eliminatória muito complicada para o Brasil. Sem Vinicius Júnior não existe a “sociedade” que joga habitualmente no Real Madrid, e isso é ainda uma perda maior para a canarinha. Se o Uruguai conseguir manter o nível demonstrado na fase de grupos, até diria que o Uruguai é favorito a seguir em frente. Mas, apesar de tudo o que já foi exposto, as casas de apostas não dão favoritismo ao Uruguai, antes pelo contrário, estão a dar ligeiro favoritismo ao Brasil. Por isso, há oportunidade para estar do lado do Uruguai com o handicap (+0.25), que em caso de empate, no final do tempo regulamentar, ainda dá para ganhar metade do valor apostado. É sem sombra de dúvida uma aposta com valor, cotando acima de 1.60.