Telê Santana, um dos maiores técnicos do futebol brasileiro, um visionário que vivia em uma época romântica do futebol brasileiro, técnico do Brasil durante duas Copas do Mundo, comandou uma das equipes que é considerada até hoje uma das melhores de todos os tempos a seleção de 1982 que contava com um elenco recheado de craques como Toninho Cerezzo, Junior, Sócrates, Zico, Falcão, Roberto Dinamite e outros. O melhor ficava por conta do futebol arte, um futebol bonito de se ver que encantou tanto o Brasil, quanto o resto do mundo, porém foi eliminado pela Itália por 3×2 e perdeu a vaga nas semifinais.
Telê Santana técnico do Brasil nas Copas de 1982 e 1986.
Depois da Copa foi para o time da Arábia Saudita onde ficou de 1983 a 1985, foi chamado para retomar a seleção brasileira em cima da hora em 1985, para preparar a seleção para a Copa de 1986, a qual o Brasil foi eliminado de forma invicta nos pênaltis para a França nas quartas de final, ganhando assim a fama de pé frio, algo que Tele amargaria para o resto da vida, pelo menos na seleção brasileira. Digo isso, pois pelo São Paulo, Telê Santana ficou eternizado, pois conquistou duas Copas Libertadores e duas Copas Intercontinentais (atual Mundial de Clubes da FIFA).
O paradigma a respeito do pé frio de Tele Santana no comando do Brasil, interrompeu um trabalho que já vinha de duas Copas do Mundo, assim como tudo no Brasil, existia a exigência imediata de títulos e não um futebol arte, um futebol bonito, que é a essência do futebol brasileiro. Para o lugar de Telê Santana, foi chamado o técnico Sebastião Lazaroni, o qual iria iniciar a “Era Dunga”, que priorizaria a forte marcação e o jogo truncado, priorizando mais o resultado do que o futebol bonito. O resultado foi uma Copa do Mundo de 1990, onde o Brasil novamente não conseguiu o título, porém, além disso, o futebol não agradou e Dunga que era a referência do time, que tinha como a característica a raça, marcação forte, decepcionou a todos os brasileiros e Dunga ficou marcado por esta Copa perdida.
Romário garante Brasil na Copa de 1994
Romário fazendo seu segundo gol no 2×0 contra o Uruguai e garantindo o Brasil na Copa de 1994.
Nas eliminatórias para a Copa de 1994, Romário não estava sendo convocado, pois um ano antes em um amistoso contra a Alemanha, ao perceber que seria reserva de Careca foi taxativo e afirmou “Não vim para ser reserva”, após isso, Romário ficou marcado pela comissão técnica e não foi mais chamado. Romário foi convocado após sufoco do Brasil, por não estar conseguindo se classificar para a Copa, e chegando a data de um jogo decisivo contra o Uruguai no Maracanã, após um grande apelo popular, Romário foi convocado e foi ele quem classificou o Brasil para a Copa nas eliminatórias, o baixinho simplesmente chegou e resolveu… dois gols de Romário, 2×0 para o Brasil.
Após a desclassificação do Brasil em 1990, Dunga ficou marcado de uma maneira negativa, porém em 1994 ocorreu a Copa do Mundo dos Estados Unidos e o comando técnico havia mudado, agora quem estava a frente no comando da seleção era a dupla Parreira e Zagallo. Porém insistiam com a “Era Dunga”, colocando Dunga como capitão da equipe. O Brasil acabou sendo campeão da Copa do Mundo de 1994, com o capitão Dunga levantando a taça na final, se “reconciliando com a torcida”, muitos falaram que naquela ocasião, Dunga havia se redimido e mostrado que deu a volta por cima, só que na verdade, quem carregou o Brasil nas costas foi o baixinho Romário.
Copa de 1994, a redenção da primeira “Era Dunga”
Brasil avançou para a semifinal com gol de Romário na vitória por 1×0 contra a Suécia nas quartas de final.
A Copa do Mundo de 1994 foi realizada nos Estados Unidos, o Brasil chegava aquela copa com uma classificação suada na última partida, garantida pelo baixinho Romário. Os brasileiros estavam muito confiantes, pois com Romário no time, uma coisa era certa, coloca no pé do baixinha na área que é gol. Não há como definir este grande jogador, a melhor definição foi dada por ninguém mais que Johan Cruyff o qual o definiu como “Ele é o gênio da grande área”.
Romário na época jogava no Barcelona vivendo uma das melhores fases de sua carreira, foram 83 jogos com 53 gols. Porém o baixinho, havia começado sua carreira profissional nove anos atrás, em 1985 pelo Vasco, onde fez 196 partidas com 139 gols, depois foi para o PSV da Holanda quando fez 167 jogos e marcou impressionantes 165 gols, resumindo, o baixinho era o cara!
Durante a Copa de 1994, só deu Romário, o baixinho foi eleito o melhor jogador da competição, com 5 gols importantes praticamente levou o Brasil nas costas. Na fase de grupos fez um gol em cada jogo, fez um gol nas quartas na vitória contra a Holanda por 3×2, na semifinal na vitória sobre a Suécia por 1×0 e um gol na final contra a Itália nas disputas por pênalti. Porém, quem levantou a taça devido a tradição do futebol, foi o capitão Dunga, o qual também marcou o gol dele na decisão por pênaltis na final e se redimiu da Copa de 1990. Ou seja, fomos campeões em 1994 na “Era Dunga”, o qual ergueu a taça por ter sido capitão da equipe, porém o grande responsável pelo título foi Romário “O gênio da grande área”. Sejamos justos, com todo respeito ao Dunga, se existe um grande responsável pelo título de 1994, foi o baixinho!
A segunda “Era Dunga” seria marcada pela volta de Dunga, agora como técnico da seleção brasileira em 2014, após o vexame da Copa do Mundo do Brasil no mesmo ano. Dunga assumiu o cargo de técnico da seleção brasileira sem nenhuma experiência como técnico. A segunda “Era Dunga” durou 2 anos. Em 2016, Dunga foi substituído por Tite, após ser desclassificado na primeira fase da Copa América Centenária de 2016. Dunga ainda tinha sido eliminado na Copa América de 2015 nos pênaltis para o Paraguai e ainda deixou o Brasil na sexta colocação das eliminatórias para a Copa de 2018, colocação que se as eliminatórias acabassem neste momento, deixaria o Brasil fora de uma Copa do Mundo pela primeira vez na história.
Boas Apostas!