Todos os anos a arbitragem brasileira é criticada em peso por atletas, treinadores e dirigentes de clube, além dos torcedores que continuamente reclamam que os árbitros favorecem os clubes maiores como Corinthians e Flamengo. Assim como aconteceu nos últimos anos, todos os amantes de futebol esperam que os árbitros brasileiros tenham uma quantidade menor de erros, principalmente em lances polêmicos como pênaltis e impedimentos mal marcados. Porém, nas primeiras rodadas do Campeonato Brasileiro foram vistos alguns lances em que o árbitro foi o pivô de polêmicas. Na partida entre Vila Nova e Vasco da Gama válida pela terceira rodada da Série B do Campeonato Brasileiro a polemica aconteceu depois do apito final do árbitro. Assim que o juiz da partida, Marcelo Aparecido de Souza, apitou o fim da partida, o atacante vascaíno Nenê teve um pequeno desentendimento com o meio-campista do Vila Nova, Jean Carlos, o qual acabou sendo expulso. Porém, o estranho foi que o volante Diguinho, que tentou separar Nenê e Jean, acabou sendo expulso também. No fim, Diguinho foi levado até a delegacia, onde foi registrado um boletim de ocorrência por lesão corporal, já que segundo os policiais que fizeram o cordão de isolamento ao redor dos árbitros, o jogador vascaíno foi tentar se explicar depois da expulsão e teria dado um soco nas autoridades ao tentar furar o cordão de isolamento. Depois de cerca de 45 minutos de depoimento, o jogador acabou sendo liberado o pode voltar para o Rio de Janeiro.

2ª rodada da Série A também teve polêmica com os árbitros

Paulo Autuori no momento em que foi expulso.

Paulo Autuori no momento em que foi expulso.

Antes da partida do Vasco, a segunda rodada da Série A já tinha contado com algumas polêmicas envolvendo os árbitros. O que vimos na 2ª rodada do Campeonato Brasileiro foi uma grande quantidade de treinadores expulsos, um número superior ao número de jogadores expulsos, foram cinco cartões vermelhos, sendo que três deles foram aplicados aos técnicos, Gilson Kleina do Coritiba, Paulo Autuori do Atlético Paranaense e Cuca do Palmeiras, enquanto os outros dois foram aplicados aos jogadores Vânder do Vitória e Alex do Internacional. Um dos motivos para esse aumento no número de treinadores expulsos pode ser a determinação da Comissão de Arbitragem da CBF, a qual determina que os árbitros tenham um maior rigor quanto às reclamações dos técnicos durante a partida. Isso poderia explicar o que aconteceu com os técnicos da dupla paranaense, já que tanto o treinador do Atlético-PR como o do Coritiba, foram expulsos por reclamação. Paulo Autuori, treinador do Atlético Paranaense, foi expulso por reclamar de alguns lances na partida contra o Atlético Mineiro. Na súmula da partida, o árbitro Flávio Rodrígues de Souza escreveu que o treinador teria reclamado de “forma ostensiva” e que depois teria ameaçado o árbitro na zona mista, sendo contido por PMs e seguranças. Do outro lado, Paulo Autuori afirma não ter xingado ninguém e que a expulsão foi injusta. “O quarto árbitro disse que xinguei a equipe de arbitragem. Mentira. Com todas as letras: mentira”.

Diguinho no momento em que foi argumentar sua expulsão.

Diguinho no momento em que foi argumentar sua expulsão.

O caso de Gilson Kleina, treinador do Coritiba, foi bem parecido. O árbitro da partida entre Santos e Coritiba, Ricardo Marques Ribeiro, descreveu na súmula que o treinador coxa-branca teria o xingado e o aplaudido de forma irônica, o que resultou na expulsão do treinador. Além disso, no fim da partida Kleina ainda teria reclamado do tempo de acréscimo de sete minutos (contando os três minutos do tempo para hidratação) dado pelo árbitro. Já o técnico Cuca do Palmeiras foi expulso na partida contra a Ponte Preta por “gesticular de forma acintosa” quando o árbitro Leandro Vuaden marcou uma falta para o adversário. E por fim, os dois jogadores que receberam o cartão vermelho na segunda rodada da Série A, Vânder e Alex, que também foram expulsos por reclamações.

O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, comentou sobre a grande quantidade de treinadores expulsos na 2ª rodada da Série A do Brasileirão, afirmando que já previa vários “pits” dos técnicos. “Nós projetamos essa pressão inicial com base na cultura de alguns que preferem colocar a responsabilidade do resultado na terceira equipe de uma partida, que é a arbitragem. Mais árbitros novos estão atuando no início do campeonato, pois estamos dando oportunidades aos árbitros nacionais, que, tendo suas atuações aprovadas, podem vir a substituir os que integram a lista FIFA, em curto e médio prazo. Isto evitará repetições e o consequente desgaste na competição mais equilibrada do futebol mundial”. E segundo Sérgio, a presença de novos árbitros não altera a qualidade da arbitragem brasileira. “É bom ressaltar que, quando falamos de ‘novos’ árbitros, queremos dizer apenas que seus nomes não são tão conhecidos, mas eles já atuaram nas principais competições de seus estados”. Bem, esperamos que neste ano os árbitros não tentem ser os personagens principais do futebol brasileiro, que deixem o espetáculo por conta dos jogadores.

Boas Apostas!