Nunca se tinha visto algo assim em uma edição da Copa América 2019. Três partidas relativas às quartas da competição terminaram sem gols marcados e se decidiram através da marcação de pênaltis. A exceção foi a Argentina, adversária do Brasil nas semis que se classificou com uma vitória por dois a zero diante da Venezuela. Para lá dos dois grandes rivais, avançaram Peru e Chile.

Brasil – Argentina

Foto: "NATACHA PISARENKO AP"

Foto: “NATACHA PISARENKO AP”

Final antecipada. A seleção do Brasil ambiciona voltar a chegar no trono do futebol continental, manter o 100 por cento atuando em solo nacional e, para já, conseguiu se livrar da sua “besta negra”, o Paraguai, ao levar a melhor na cobrança de pênaltis. Chegou a hora de medir forças com a maior rival, a Argentina. Os percursos e desempenhos das duas equipes estão longe de impressionar até então e é sempre difícil definir favoritos em um enfrentamento como esse, mas a verdade é que a “Canarinha” parece estar a melhor nível.

A seleção brasileira encerrou a fase de grupos goleando e dando espetáculo ante o Peru, mas a primeira parte do confronto com o Paraguai tornou a ser bem modesta, com um time bem mais próximo daquilo que havia feito nos dois jogos anteriores. Na etapa complementar se justificaria a vantagem, mas a decisão seria mesmo adiada para os pênaltis, com os homens de Tite a “quebrarem o enguiço” frente ao Paraguai, rival difícil na história recente.

A Argentina foi a única equipe a se apurar nos 90, mas uma vez mais esteve bem longe de impressionar frente a uma Venezuela que perdeu uma ótima oportunidade para fazer história dadas as fragilidades apresentadas pela equipa de Lionel Scaloni que vem sendo muito criticada pela imprensa do país. No embate com a Venezuela, os argentinos passaram para a frente com um gol de Lautaro, tentaram segurar e Lo Celso encerraria o placard no segundo tempo, chegando nas semis do torneio.

Ainda que as coisas não estejam a correr da melhor ao Brasil ou o time não esteja pelo menos exibindo todo seu potencial, há dinâmicas definidas e uma identidade no Brasil de Tite. Na Argentina de Scaloni reina a indefinição e não nos referimos à imprevisibilidade dos seus melhores jogadores que têm, de resto, estado bem apagados no torneio.

Chile – Peru

Para a “geração de ouro” chilena, a participação nesta Copa América 2019 poderá muito bem ser a oportunidade para erguer o troféu mais importante do continente. A atual equipa, maioritariamente composta por bicampeãs em título, deverá ser renovada após esta Copa América 2019. Para já, os homens de Reinaldo Rueda têm estado à altura e esta presença nas semis já é bem importante, sobretudo um ano após o grande falhanço que foi não marcar presença na Copa do Mundo da Rússia.

A equipa chilena, habituada a ser feliz nas grandes penalidades, chegou no fim do embate com a Colômbia (seleção que não sofreu gols nessa Copa América 2019) empatada a zeros. A partida não revelou nenhuma tendência inequívoca e o Chile soube se adaptar aos diversos momentos do jogo, respondendo sempre que os “Cafeteros” tentaram se impor. Com o passar do relógio, a partida foi se tornando cada vez menos interessante e haveria de ser já para lá dos 90 que os chilenos avançariam. O facto de estarem sem marcar gols há 180 minutos preocupa.

A grande “outsider” nessas quartas de final é a seleção do Peru. Na eliminatória das quartas com o Uruguai, o time “Inca” foi capaz de segurar os “Charrua” de todas as formas e feitios, contando também com o auxílio do VAR que anulou por três vezes lances de gol dos uruguaios. A Copa América tem esse “condão” para as seleções teoricamente mais fracas e, após 90 minutos de muita solidariedade e sacrifício, os peruanos conseguiram resistir, levar o jogo para os pênaltis e foram felizes. E agora, por que não repetir a onze diante da equipe bicampeã?

Boas apostas!