Com o começo da Libertadores, um dos campeonatos mais importantes da América, todos ficam atentos ao desempenho dos grandes times que estão participando. Se o seu time do coração está dentro da competição, a atenção redobra-se. Mais importante do que saber sobre seu time, é ficar atento aos outros times que estão participando também. Entre eles estão os argentinos, conhecidos como duros adversários que jogam com muita raça e são grandes campeões do torneio. Com vinte e quatro títulos conquistados, sete a mais do que os clubes brasileiros, os argentinos sempre estarão entre os favoritos.

Nesta edição de 2016, seis times argentinos estão na briga pelo título de campeão da Libertadores. Temos o River Plate atual campeão de 2015, o Boca Juniors que quer superar o episódio do gás de pimenta, o Rosario e Huracán que são os que tentarão fazer o seu melhor, o Racing que busca reafirmar seu bom futebol e o San Lorenzo que tentará fazer novamente uma grande campanha.

Boca Juniors e River Plate

Escudos do Boca Juniors e do River Plate.

Escudos do Boca Juniors e do River Plate.

O Boca Juniors viveu uma situação delicada no começo da temporada, depois de três jogos sem vitória, com resultados como a goleada por 4×0 para o San Lorenzo na Supercopa Argentina e o revés em casa por 0x1 frente ao Atlético Tucumán, resultados que colocaram  o técnico Rodolfo Arruabarrena em uma corda bamba, mas ele conseguiu arrumar a casa garantiu seis pontos em duas rodadas no campeonato argentino com uma vitória sobre o San Martín fora por 0x1 e outro jogo em casa contra o Newell Old Boys por 4×1. O time sofreu uma baixa relevante, o atacante Jonathan Calleri foi para o São Paulo. Porém outros chegaram, como Jonathan Silva, lateral esquerdo emprestado pelo Sporting Lisboa. Leonardo Jara (lateral-direito), Frank Fabra (lateral-esquerdo) e Manuel Insaurralde (zagueiro) são outros reforços que juntos custaram, aproximadamente R$19 milhões.

O River Plate Atual campeão, chega à Libertadores 2016 com várias mudanças. Em 2015 quatro titulares deixaram Buenos Aires. Funes Mori foi para o Everton, Matías Kranevitter para o Atlético de Madrid, Carlos Sánchez para o Monterrey e Téo Gutiérrez para o Sporting Lisboa. O River defensivamente tem muitos jogadores ocupando o setor da bola e fazendo pressão no adversário. A pressão começa já na transição defensiva, com a defesa adiantanda. O River Plate tenta o segundo título consecutivo de Libertadores. O último a fazer isso foi o Boca Juniors em 2000 e 2001. O penúltimo foi o São Paulo de 1992/1993.

Racing e Rosario Central

Escudos do Racing e do Rosario Central.

Escudos do Racing e do Rosario Central.

O Racing voltou a Libertadores em 2015 depois de 12 anos sem disputa-la e vem agora para sua segunda participação consecutiva em 2016. O time não perdeu nenhum titular e ainda trouxe ótimos nomes para integrar o elenco. Os principais deles são o atacante Lisandro López, o meio-campista Rodrigo de Paul, o volante Federico Vismara e  o meia atacante Óscar Romero. Sem a bola, o Racing pressiona o oponente para recuperar a bola no campo do adversário, tenta fazer isto com dois ou três jogadores atacando o adversário, deixando-o sem opções de jogo e forçando o chutão. Mas muitas vezes a defesa não acompanha essas subidas e deixa possibilidades para o contra ataque. O Racing chega para essa Libertadores entrosado e com boas opções no banco de reservas. O ataque, ponto forte do ano passado, conta com o reforço de Lisandro López e o faro de gol de Bou, artilheiro de 2015.

O Rosario Central ficou dez anos longe da Libertadores, conquistou a terceira colocação no último Campeonato Argentino e pegou uma vaga da Libertadores com o vice-campeonato da Copa da Argentina vencida pelo Boca. O ponto forte do Rosario é a defesa, segunda melhor do último Argentino, comandada por Javier Pínola. No ataque o forte são lançamentos e cruzamentos, tanto que na temporada passada, Rúben foi o artilheiro do  Argentino com 21 gols com o time usando esta estratégia. O técnico Coudet tem dado oportunidades a Giovani Lo Celso, outra joia do clube e com características diferentes, dando alternativas ao estilo de jogo. O Atlético de Madrid e Inter de Milão tiveram interesse pelo  jovem jogador que cria perigo com sua boa visão e tem passes precisos. O Rosario tem bastante potencial e pode aprontar para cima de seus adversários nesta Libertadores.

Huracan e San Lorenzo

Escudos do Huracán e do San Lorenzo.

Escudos do Huracán e do San Lorenzo.

Uma tragédia ofuscou a classificação do Huracan na fase de grupos no último minuto contra o Caracas. Na volta para casa, a delegação sofreu um acidente, o ônibus da equipe capotou enquanto seguia para o aeroporto, deixando mais de dez jogadores feridos. O caso mais grave é o do meio-campista Patricio Toranzo, que teve quatro dedos do pé parcialmente amputados. O jogador segue no hospital juntamente com o atacante Diego Mendoza e o preparador físico Pablo Santella. Quanto ao esquema tático, podemos dizer que o jovem treinador Eduardo Domínguez de 37 anos organiza muito bem o time. Com a bola, o time procura trocar passes curtos e avançar de forma agrupada para o ataque. Com o centroavante Wanchope Ábila atuando tanto pelo alto quanto pelo chão, o time leva sempre perigo. Quando se defende, o time do Huracán compacta seu time e pressiona o time adversário. Sua linha de defesa está sempre adiantada e bem fechada na parte central, visando diminuir o campo de jogo. Não sabemos como o Huracan reagirá nesta situação do acidente ocorrido com a delegação no capotamento do ônibus, talvez atrapalhe o time, mas pode ajudar na união da equipe e gerar motivação.

O San Lorenzo, depois de ser campeão em 2014 e parar na fase de grupos em 2015, agora chega a 2016 buscando outra grande campanha. A equipe perdeu seu treinador  Edgardo Bauza, que deixou o clube para treinar o São Paulo e o elenco agora está nas mãos do jovem Pablo Guede, de 41 anos. À sua disposição, Guede terá diversos atletas de qualidade. Julio Buffarini, Emanuel Más, Néstor Ortigoza e Mauro Matos são remanescentes da conquista da América e seguem no time titular. Sebastián Blanco, chegou depois e se firmou entre os onze. O zagueiro Marcos Angeleri, de 32 anos, campeão pelo Estudiantes em 2009 e ex-jogador do Málaga traz experiência ao setor defensivo. Fernando Belluschi, vindo do Cruz Azul, e Pedro Franco, do Besiktas, também chegaram ao clube. No entanto, o principal reforço é o atacante Ezequiel Cerutti, outro ex-Estudiantes, opção de velocidade na frente. O San Lorenzo 2016 é uma equipe que não se preocupa em ter a posse de bola, não pressiona no campo adversário e gosta do jogo aberto, com passes verticais. Mesmo sem muitas opções de velocidade, leva perigo nos contra-ataques, quase sempre com enfiadas de bola, sem muitos toques de lado. Quando tem a posse, ataca em bloco, deixando sempre os zagueiros, o lateral do lado oposto ao da bola e o volante protegendo a sobra.

Boas Apostas!