Luta entre Charlie Ward (de costa) e João Carvalho.

Luta entre Charlie Ward (de costa) e João Carvalho.

O MMA é definitivamente um esporte violento e perigoso, fazendo com que muita gente veja com maus olhos o esporte. E para piorar ainda mais a imagem do MMA, no mês de abril, o numero de mortes em eventos oficiais, que antes era quatro, teve um aumento com o falecimento do lutar meio-médio, João ‘Rafeiro’ Carvalho. O português de 28 anos realizou na primeira semana do mês uma luta contra o irlandês Charlie Ward no evento TEF – Total Extreme Fighting, a qual durou até o terceiro round, terminando com a vitória de Ward que nocauteou João com uma sequência de nove socos na cabeça. Logo depois da luta, tudo parecia bem com João Carvalho. Porém, alguns minutos após o fim do combate, o lutador reclamou de dores na cabeça e começou a vomitar, sendo levado ao hospital, onde ficou internado por dois dias e passou por uma cirurgia no cérebro, mas acabou morrendo.

Veja o relato de Katarzyna Michlic, a dona da Eventmed, que realizou o atendimento ao português durante e depois da luta. “Quando o árbitro interrompeu a luta, no terceiro round, nossa equipe de médicos assumiu os cuidados, e percebemos que ele estava sangrando abundantemente pelo nariz. Perguntamos se ele sentia alguma dor no corpo ou na cabeça assim que acabou a luta, e ele disse que não, apenas relatando que se sentia muito cansado. Dez minutos depois, no entanto, ele começou a reclamar de dores de cabeça, sentiu muitas náuseas e começou a vomitar. Seu estado piorou muito nos cinco minutos seguintes, e por isso o colocamos na ambulância e ligamos para o hospital para avisar sobre seu estado e prepará-los para a chegada.” Segundo Nabil Ghorayed, um dos principais cardiologistas da medicina esportiva no Brasil, a causa da morte de João Carvalho poderia ter sido uma concussão cerebral. “Parece se tratar de uma concussão cerebral. Os sintomas que o lutador (João Carvalho) teve são típicos de uma hemorragia cerebral causada por traumas”.

O evento em que João participou teve como CEO o também português, César Silva, que falou sobre a morte do lutador. “Nossas mais sinceras condolências à família de João Carvalho, bem como aos seus companheiros de equipe. Nossos pensamentos e preces estão com eles. Queremos agradecer a todos os fãs do esporte por sua preocupação e apoio. Daremos todo o apoio que pudermos à família de João. Estivemos em contato com eles, que pediram compreensão e privacidade neste momento tão difícil”. Além de John Kavanagh, técnico do irlandês Ward, último adversário de João, que prestou suas condolências a família do lutador português. “É com o coração partido que lamentamos a morte do lutador português João Carvalho. […] A IAPA (Irish Amateur Pankration Association) está trabalhando sem descanso para colher fatos e avaliar todas as circunstâncias e procedimentos do evento, e colaboraremos com quaisquer investigações que sejam necessárias. Nossas condolências e pensamentos estão com a família e os amigos de João, e pedimos que seja respeitada sua privacidade”.

Reação ao falecimento

O árbitro da última luta de João Carvalho, Mariusz Domasat.

O árbitro da última luta de João Carvalho, Mariusz Domasat.

Para muitos, o culpado ou quem poderia pelo menos ter evitado a morte de João Carvalho foi o árbitro da luta, Mariusz Domasat, que segundo o argumento de alguns poderia ter encerrado a luta alguns momentos antes, diminuindo os danos na cabeça de João. O próprio árbitro saiu em sua defesa, afirmando ter parado a luta no momento certo. “Parei o combate quando houve um motivo para parar o combate, quando o lutador demonstrava não ter vontade para continuar. Qualquer pessoa que tenha ideia do que é a MMA sabe que a luta foi interrompida no momento certo”. Outro que foi responsabilizado por algumas pessoas pela morte do lutador português foi seu último adversário, Charlie Ward. O pai do irlandês, que tem o mesmo nome, saiu em devesa do filho e também culpo o árbitro através de uma entrevista em um programa de rádio. “O Charlie disse-me que não ia atingir o adversário com força no último assalto porque sabia que tinha o combate ganho e que até uma criança lhe ganhava. […] Ele não quis matar ninguém. Foi um acontecimento infeliz. Ele foi para o ringue para lutar, mas acho o árbitro poderia ter sido um pouco mais rápido a interromper o combate”.

E na última semana, o jornal ‘Correio da Manhã’ afirmou que a família do lutador João Carvalho poderá não receber nenhum tipo de indemnização pelo falecimento do português. Um jurista irlandês, Larry Fenelon, falou sobre a situação. “Será muito difícil avançar com um pedido de indemnização, a menos que se comprove que houve falha do árbitro”. O jurista lembrou também que os atletas assinam um termo de responsabilidade antes das lutas e que por isso será difícil que a família receba uma indemnização.

A morte de João Carvalho pode ter assustado muitas pessoas que acreditavam que esse é o primeiro caso de morte durante uma luta de MMA, porém, essa foi a quinta vez que um atleta morre durante um combate. Os outros quatro falecimentos aconteceram em 2007 com o americano Sam Vasquez, em 2010 com o também americano Michael Krkham, em 2012 com o americano Tyrone Mims e em 2014 com o congolês Booto Guylain.

Arbitragens controversas

Joelhada de Anderson Silva no adversário Bisping.

Joelhada de Anderson Silva no adversário Bisping.

Dia 27 de fevereiro deste ano aconteceu o UFC Fight Night 84, onde a luta entre os lutadores Anderson Silva e Michael Bisping, teve um desfecho inesperado. Após desferir uma joelhada violenta que levou seu adversário praticamente a nocaute, Anderson Silva saiu comemorando, só que o juiz não tinha encerrado a luta e logo nos próximos segundos o gongo soou acabando o 3º round. Isto deu tempo de Bisping se recuperar e prosseguir no 4º round. Bisping aguentou firme e encaixou bons golpes e levou a decisão para os jurados. O resultado saiu na decisão unânime dos jurados (triplo 48 a 47 a favor de Bisping).

Anderson Silva reclamou bastante sobre a atitude do árbitro. “Não tem como vencer de um jeito, eles tentam tirar do outro. Aqui está que nem o Brasil: corrupção total” detonou Anderson Silva ao fim do combate, lembrando a política brasileira.

O ex-campeão dos médios publicou nas redes sociais um vídeo da joelhada voadora em câmera lenta, e indagou se era realmente necessário deixar o adversário inconsciente. “Isso é um esporte, né? As pessoas queriam que eu tivesse assassinado o meu adversário”, escreveu Anderson em português. Em inglês, ele deu sentido de pergunta à segunda frase: “Então por que as pessoas esperavam que eu matasse meu oponente?!”

Esta declaração de Anderson Silva nos faz refletir, se realmente é necessário bater em seu adversário ao extremo, mesmo ele estando no chão praticamente nocauteado.

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Boas Apostas!