Mário Fernandes, lateral direito ex-Grêmio, tem construído sua história na Rússia, nação tantas vezes inóspita para o atleta brasileiro por conta de alguns episódios de racismo. O atleta que em 2011 rejeito a possibilidade de representar a seleção brasileira foi convocado pelo técnico Stanislav Cherchesov para a seleção russa.
Natural de São Caetano do Sul (SP), foi no emblema local que Mário Fernandes iniciou sua formação futebolística, passando posteriormente a representar o Grêmio de Porto Alegre. Durante as cinco temporadas em que esteve no Rio Grande do Sul, Estado ao qual chegou ainda enquanto sub 20, despertou o interesse de diversos emblemas europeus e chegou a ser apontado pela imprensa internacional como possível reforço do Real Madrid. A mudança para a capital espanhola não se concretizou e foi o CSKA de Moscovo quem se chegou à frente, realizando uma proposta bem interessante tanto ao nível financeiro como desportivo. O jogador aceitou se mudar para a longínqua capital da Rússia e tem dado cartas no futebol do Leste europeu, se afirmando como um dos elementos mais importantes na estratégia do “time do Exército”, como é conhecido no país. A temporada 2016/17 é a quinta de Mário Fernandes com a camisa do CSKA, tempo suficiente para construir uma história com a camisa do time pelo qual já celebrou a conquista do título russo. Depois de ter obtido a nacionalidade russa, o jogador que em 2011 rejeitou integrar a seleção brasileira após ser chamado por Mano Menezes por “questões particulares”, vai se tornar internacional pela Rússia, graças à chamada do novo técnico Stanislav Chechesov. No campeonato russo, depois de ter ajudado na conquista do título na época passada, este ano, repetir o feito se afigura difícil atendendo ao atraso de oito pontos que o CSKA de Moscovo já possui em relação ao Zenit de São Petersburgo.
Aos 26 anos, Mário Fernandes já é uma cara bem conhecida do futebol russo e um dos brasileiros mais bem vistos pelos adeptos na realidade russa por suas qualidades. Integrado numa realidade totalmente distinta da do seu país natal, nunca escondeu a pretensão em se tornar cidadão russo e conseguiu recentemente a dupla nacionalidade. Habitual totalista no emblema da capital da Rússia, CSKA de Moscovo faz parte de uma renovação que se impõe na seleção depois da catastrófica participação no Euro 2016, na França, que culminou com a eliminação na fase de grupos, manchada fora dos relvados pelos violentos confrontos entre hooligans russos e sobretudo ingleses nas ruas da cidade francesa de Marselha. Numa altura em que o Mundial 2018, na Rússia, se aproxima a passos largos, Stanislav Chechesov tem uma árdua missão para preparar a equipa nacional e fazer boa figura na competição. Para já, Mário Fernandes terá duas oportunidades para mostrar aquilo que pode acrescentar à seleção, uma vez que vão ser disputados dois confrontos amistosos com as seleções de Bélgica e Costa do Marfim, agendados para o final desse mês de março.
Boas Apostas!