Levir Culpi (em pé) com 14 anos no Infanto-Juvenil do Coritiba, junto com seu amigo Dirceu Guimarães (à esquerda).

Levir Culpi (em pé) com 14 anos no Infanto-Juvenil do Coritiba, junto com seu amigo Dirceu Guimarães (à esquerda).

O começo da trajetória do menino Levir tem raízes em Curitiba capital do Paraná, na foto destacada vemos Levir e seu inseparável amigo Dirceu Guimarães, atleta que começou no Coritiba junto com Levir e chegou a jogar em grandes times como Atlético de Madrid e Napoli entre outros. Dirceu Guimarães chegou a jogar 44 jogos pela seleção brasileira de 1973 à 1986. Os meninos adolescentes faziam o seguinte percurso para ir treinar, Dirceu vinha do Bairro Alto e encontrava Levir no Bacacheri (ambos bairros da zona norte de Curitiba). Dali iam juntos de bicicleta para treinar no bairro do Ahú, na categoria de base do Coritiba.

Levir Culpi, destaque como zagueiro do sub-20 do Coxa, foi convocado para a seleção brasileira para o mundial sub-20 em Cannes em 1972, atuou como capitão em um torneio onde foram campeões, inclusive com direito a uma vitória na final sobre a argentina por 2×1. Ajudou o Coxa em duas das maiores conquistas do clube, Fita Azul em 1972 e o Torneio do Povo em 1973. Depois disso atuou no Botafogo em 1973, mas foi pouco aproveitado. Já em 1974 foi para o Santa Cruz para fazer história sendo pentacampeão pernambucano de 1974 à 1978. Em 1980 voltou para Curitiba para atuar no campeonato brasileiro pelo extinto Colorado, time que participou da fusão com o Pinheiros para formar o atual Paraná Clube.

Em sua primeira experiência fora do Brasil, Levir foi para o México atuar pelo Atlante em 1980. Levou sorte de ter como companheiros de equipe Cabinho, o maior artilheiro de todos os tempos do México e Ricardo La Volpe que já foi goleiro e técnico da seleção argentina. Levir teve o gosto de marcar um gol no famoso estádio Azteca. Em 1980 mesmo, Levir voltava para o Brasil para jogar pelo Vila Nova, time qual conseguiu ficar em 3º lugar no campeonato goiano.  Em 1983/84 atuou pelo Figueirense onde foi vice estadual por duas vezes. Em 1984/85 atuou pelo Juventude –RS, clube qual encerrou a carreira.

Carreira de técnico

Levir Culpi como técnico do Cerezo Ozaka do Japão.

Levir Culpi como técnico do Cerezo Ozaka do Japão.

Levir era tão respeitado no Juventude-RS, que depois de encerrar a carreira no clube, foi convidado para ser treinador da equipe gaúcha. Foi treinador do Juventude de 1985 à 1996 e foi campeão do Interior do Rio Grande do Sul em 1986. Ficou em terceiro lugar no Gauchão e conquistou uma classificação para o campeonato nacional que já não ocorria a 8 anos. Após isso voltou para Curitiba, agora para treinar o Atlético Paranaense em 1986 onde conquistou o torneio início.

Levir treinou novamente o Atlético Paranaense em 2004, na ocasião ficou com o vice-campeonato brasileiro. O técnico pegou o time paranaense em crise na quarta rodada do brasileiro daquele ano, e com um aproveitamento de 64,5% quase foi campeão. Em 1987 assumiu o Marcílio Dias/SC, chegou para apagar incêndio e livrar o time do rebaixamento, após tarefa cumprida, se transferiu para o Blumenau/SC para ajudar o time a chegar a primeira divisão na mesma temporada. No ano seguinte, Levir retorna ao Marcílio Diaz para desta vez ser campeão da Taça Carlos Did Renaux, equivalente ao título do primeiro turno catarinense.

Depois disso Levir teve passagens intercaladas por Inter de Limeira em 1988/89/90/91, onde conquistou a Série B em 1988. Já pelo Criciúma/SC, intercalou-se em 1989/90/92 onde foi campeão catarinense em 1990 e 1992 quando o time chegou a semi-final da Libertadores da América. O Criciúma perdeu a vaga na semifinal para o São Paulo que foi campeão no ano. Em 1990 teve a passagem mais curta da carreira, treinando o Internacional em apenas cinco partidas, por motivos de interferência de escalação por parte do diretor de futebol da época.

Levir foi para a Arábia Saudita em 1990 para treinar a seleção juvenil, porém teve seu trabalho interrompido pela Guerra do Golfo. Mas em 1992 voltou para treinar a equipe El Ettifaq. Em 1990 quando voltou da Arábia, Levir voltou ao clube que o revelou, com missão de leva-lo a primeira divisão, porém em um lance polêmico, o Coritiba teve um gol anulado na semifinal contra o Guarani, onde o Coxa foi eliminado e permaneceu na série B. Em 1993 Levir chegava ao Paraná Clube e ajudou o time a conquistar o primeiro título que daria a série do penta-campeonato do time paranaense na década de 90. Em 1994 foi para o Guarani, mas teve conflitos com a diretoria por filosofias contrárias, não ficou muito tempo por lá.

Levir Culpi, técnico do Cruzeiro, Campeão da Copa do Brasil de 1996.

Levir Culpi, técnico do Cruzeiro, Campeão da Copa do Brasil de 1996.

Levir chega ao Atlético Mineiro em 1994 dando início a três passagens muito importantes neste grande clube. Daremos uma maior ênfase do Levir no Atlético Mineiro no próximo tópico. Passou pela Portuguesa em 1995. Em 2000 passou pelo São Paulo, onde foi campeão paulista, vice-campeão da Copa do Brasil, nesta época quase foi para a seleção brasileira. Treinou o Palmeiras em 2002 onde chegou para apagar o incêndio mas não conseguiu evitar o rebaixamento. Passou pelo Botafogo em 2003 onde subiu para a Série A novamente a tempo de comemorar o centenário. Em 2005 treinou o São Caetano.

Pelo Cruzeiro, treinou o time mineiro em 1998/99 onde completou 257 jogos, sendo o segundo técnico que mais vezes dirigiu o time mineiro. Conquistou a Copa do Brasil de 1996 e a Recopa Sul-americana de 1998, – Campeão da Copa dos Campões de Minas Gerais 1999,  Campeão da Copa Centro-Oeste 1999, Campeão Mineiro 1998, Vice-campeão da Copa Mercosul 1998, Vice-campeão do Campeonato Brasileiro 1998, Vice-campeão da Copa do Brasil 1998, Vice-campeão da Supercopa dos campeões da Libertadores da América.

Teve passagens alternadas pelo Cerezo Osaka do Japão em 1997/2007/08/09/10/11. Levir foi o técnico estrangeiro com mais passagens pelo país. As maiores conquistas foram acesso a primeira divisão, 3º colocado da J League em 2010 e quartas de final da Liga dos Campeões da Ásia em 2011.

Atlético Mineiro, livro e Fluminense

Levir Culpi campeão brasileiro de 2006 pelo Atlético Mineiro.

Levir Culpi campeão brasileiro de 2006 pelo Atlético Mineiro.

Com quatro passagens em momentos importantes na história do Atlético Mineiro, Levir passou em 1994/95, 2001, 2006/07 e 2014/15. Levir Culpi entrou para a galeria dos principais técnicos do Clube. No primeiro período foi campeão mineiro de 1995. Quando retornou em 2001 levando o Galo às semifinais da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro. Já em 2006 assumiu o time com o desafio de devolver o clube à série A do brasileirão. Com uma campanha impecável o Galo se tornou campeão brasileiro da série B e campeão mineiro em 2007.

Voltou em 2014 para ser campeão da Recopa Sul-americana e campeão da Copa do Brasil. Em 2015 foi campeão mineiro. Levir Culpi comandou o Atlético Mineiro em 288 partidas com 154 vitórias, 60 empates e 74 derrotas. Em maio de 2005 quando ainda era técnico do Atlético Mineiro, Levir Culpi foi considerado um dos 30 maiores técnicos do mundo. O site Coach

Levir Culpi na apresentação do Fluminense, sua nova equipe.

Levir Culpi na apresentação do Fluminense, sua nova equipe.

World Ranking, declarou que o técnico com 7,301 pontos, estava na 26ª colocação. O líder do ranking na ocasião era Luis Enrique,  treinador do Barcelona.   O técnico também lançou um livro durante a passagem pelo Galo, no final de janeiro de 2015, na livraria Cultura do Shopping Iguatemi em São Paulo. Trata-se de uma auto biografia intitulada de “Um burro com Sorte”.  Fica a dica para quem gostou do texto e tem interesse em saber um pouco mais sobre a vida e carreira deste grande ex-jogador e técnico, pois ste texto foi uma tentativa de mostrar um pouco sobre a carreira deste personagem que já faz parte da história do futebol brasileiro, muito provavelmente muitas coisas ficaram de fora.

Agora Levir Culpi inicia uma nova jornada, anunciado como novo treinador do Fluminense, tem a missão de colocar o Fluminense entre os melhores do Brasil novamente. Com certeza este grande técnico, com um pouco de tempo e paciência da torcida, colocará muito em breve o Fluminense entre os melhores do país.

Boas Apostas!