Japão – Espanha (Jogos Olímpicos)

Os Jogos Olímpicos são o maior evento esportivo do globo e muitas vezes descritos como um símbolo de comunhão entre os povos. Após o encontro na fase de grupos do Torneio Olímpico Feminino de futebol, Japão e Espanha voltam a se enfrentar, dessa vez nas “quartas” da competição masculina. As duas seleções se encontraram nas “semis” das últimas Olimpíadas, em Tóquio.

Análise Japão

O Japão nunca chegou nas medalhas na disciplina de futebol masculino, mas já esteve perto de o conseguir por duas vezes: em 2012, perdeu a discussão do bronze pata a Coreia do Sul (0-2), ao passo que no verão de 2021, atuando em casa, também viu escapar a medalha ao sair derrotado do embate com o México (1-3).

Estreante em 1996, o Japão participa do Torneio Olímpico de Futebol masculino pela oitava vez – em metade dessas ocasiões, superou a fase de grupos.

Tal e qual como na edição dos Jogos Olímpicos disputada “em casa”, no verão de 2021, os japoneses fizeram o “pleno” na fase de grupos: nove pontos conquistados em outros tantos possíveis.

Os nipónicos iniciaram sua caminhada com uma igulada ante a seleção que, sabemos agora, também viria a se apurar a partir do Grupo D: o Paraguai. Os gols de Shunsuke Mito (2), Shota Fujio (2) e Rihito Yamamoto permitiram construir uma goleada de cinco a zero para a qual muito contribuiu o fato de os paraguaios terem ficado reduzido a dez unidades ao minuto 25, por expulsão de Wilder Viera. Na segunda rodada, o camisa 7 Rihito Yamamoto voltou a assumir um papel decisivo ao apontar o gol que permitiu vencer o Mali (1-0), adversário que desperdiçou um pênalti já para lá dos 90 minutos.

A última jornada traduzir-se-ia em nova vitória pela margem mínima e já para lá da hora: Mao Hosoya fez o gol que derrotou Israel.

Entre os eleitos do selecionador Go Oiwa estão somente nove jogadores que atuam fora do Japão. Leo Kokubo, Joel Fujita e Rihit Yamamoto representam os belgas do Sint-Truiden, Shunsuke Mito e Koki Saito estão ao serviço do Sparta de Roterdão, Kodai Sanio também está nos Países Baixos vestindo as cores do NEC, Yu Hirakawa – saiu machucado do duelo com o Paraguai – se transferiu recentemente para o Bristol City e, em território alemão, Takashi Uchino está no Fortuna Dusseldorf e Kein Saito no Werder Bremen. Os jogadores em causa desempenham um importante papel nesse time japonês.

Escalação provável: Leo Kokubo, Hiroki Sekine, Ryuya Nishio, Ryuya Takai, Ayumu Ohata, Rihito Yamamoto, Joel Fujita, Fuki Yamada, Ryotaro Araki, Koki Saito, Mao Hosoya

Análise Espanha

Ouro nas Olimpíadas de Barcelona, disputadas em 1992, a seleção de Espanha conta ainda com duas medalhas de prata nessa disciplina: uma conquistada em Sydney (2000), outra em Tóquio (2021).

Poucas semanas depois de ter conquistado a Eurocopa na Alemanha, Espanha se apresenta nesse Torneio Olímpico de futebol masculino com a ambição de conquistar uma medalha. Se ultrapassar o Japão, “La Roja” chegará nessa luta direta, já que na pior das hipóteses discutirá a partida que define quem leva a medalha de bronze.

Em sua lista de eleitos, Santi Denia conta com vários nomes que já gozam de algum mediatismo, muito por conta do fato de serem atletas com vários minutos em seus times da La Liga. Eric García, Pau Cubarsí e Fermín Lõpez, vinculados ao Barcelona, são provavelmente os jogadores mais mediáticos dado que estão associados ao “gigante” catalão, mas tem muitos outros jogadores que costumam ser opções regulares em times do maior escalão espanhol. Pablo Barrios (Atlético de Madrid), Juan Miranda, que recentemente se transferiu do Bétis para o Bologna, Jon Pacheco (Real Sociedad), Álex Baena (Villarreal) ou Aimar Oroz (Osasuna) são bons exemplos disso.

Relativamente ao desempenho espanhol nessa fase de grupos do Torneio Olímpico, diríamos que “La Fúria” teve um desempenho “quanto baste”. Sorteada junto das seleções de Uzbequistão, República Dominicana e Egito, ver a equipe espanhola falhar o acesso assumiria contornos de escândalo atendendo à superioridade teórica face às três adversárias.

Nas duas primeiras rodadas, os espanhóis se impuseram a Uzbequistão (1-2) e República Dominicana (1-3) – os dominicanos atuaram todo o segundo tempo com uma unidade a menos.

À entrada para a derradeira rodada do Grupo C, a seleção espanhola já tinha a passagem assegurada, mas faltava assegurar a vitória na chave. Para isso, bastaria um empate, algo que, no entanto, não conseguiu alcançar. Santi Denia promoveu profundas alterações no onze inicial da equipe sob sua tutela e acabou por perder para o Egito de dois a um. Uma vez que o cruzamento ditava um duelo com Japão ou Paraguai e nunca com um “grande nome” como França ou Argentina, os espanhóis não priorizaram a partida.

Onze provável: Arnau Tenas, Juanlui Sánchez, Eric García, Pau Cubarsí, Juan Mirnda, Pablo Barrios, Álex Baena, Aimar Oroz, Fermín López, Sergio Gómez, Abel Ruiz

Dica de Prognóstico

Os japoneses conseguiram o “pleno” com todo o mérito, mas precisamos olhar para o “quadro” completo: na primeira rodada, atuaram por mais de uma hora com uma unidade a mais; na segunda, tiveram a “felicidade” de ver o adversário desperdiçar uma grande penalidade já bem no fim do desafio e, frente a Israel, já nada havia em jogo para lá da honra. Espanha, por sua vez, é provavelmente a seleção do torneio com melhores nomes no elenco, mas precisa produzir mais do que aquilo que se verificou na fase de grupos se quiser chegar no ouro.