No fim do ano de 2015, Jérôme Valcke foi acusado de estar envolvido em um esquema com a venda de ingressos para a Copa do Mundo no Brasil. O francês foi denunciado pelo dono da empresa JB Marketing, que trabalha com a venda dos ingressos, e segundo o jornal “Estado de S. Paulo”, fechou acordo para ficar com 50% dos lucros da venda de 11 mil bilhetes da edição do Mundial de 2014. Com esse esquema o dirigente teria ganhado cerca de R$ 8,83 milhões. Valcke, claro, negou a acusação.
De acordo com Benny Alon, da JB Marketing, o então secretário da FIFA teria participação em um esquema que vendia os ingressos com valores maiores. Um acordo fechado em 2013 teria definido que os ingressos para partidas decisivas e da seleção brasileira seriam vendidos com valores quatro vezes mais altos que o original. O jornal “Estado de S. Paulo” que teve acesso aos e-mails trocados por Benny Alon e Jérôme Valcke, declarou também que o lucro dessas vendas seria dividido entre a empresa e Valcke.
Valcke sai da FIFA após acusações
Depois de saber das acusações sobre Valcke, a FIFA anunciou o seu afastamento do cargo de secretário geral da entidade e informou também que ele seria investigado. O chefe do braço investigativo do Comitê de Ética da FIFA, Cornel Borbely, foi o responsável pela investigação.
Em outubro, o Comitê de Ética da FIFA anunciou a suspensão de Joseph Blatter, presidente da FIFA, Michel Platini, presidente da UEFA e Jérôme Valcke secretário geral da FIFA. Estes três nomes fortes no futebol ficaram afastados de qualquer atividade ligada ao esporte por 90 dias. Posteriormente, por solicitação da câmara decisória do Comitê de Ética da FIFA, a suspensão de Valcke foi estendida para mais 45 dias. No intervalo entre o fim dos 90 dias e essa prorrogação, a FIFA anunciou o banimento de Planiti e Blatter de qualquer atividade ligada ao futebol por oito anos.
Agora em 2016, o Comitê de Emergência da FIFA decidiu demitir o francês. Além de tirá-lo do cargo de secretário geral, a medida acaba com qualquer vínculo empregatício entre Jérôme e a FIFA. Pelo fato de a decisão ter efeito imediato, a entidade informou que o alemão Markus Kattner assumiria o cargo interinamente. Kattner desempenhava as funções de diretor financeiro da FIFA desde 2003, e em 2007 foi designado secretário geral adjunto, na mesma época em que Valcke se tornou secretário geral e braço direito de Joseph Blatter.
Nomeação de Jérôme Valcke já teve polêmica
Jérôme começou sua carreira como jornalista, quando trabalhou para algumas das principais emissoras da França. Ele chegou à FIFA em 2003 assumindo o cargo de diretor de Marketing e TV. O presidente da FIFA o destituiu de seu cargo de diretor de marketing em dezembro de 2006, depois de ter sido julgado culpado pelas negociações de patrocínio que havia feito com a VISA, mesmo existindo um acordo da FIFA com a Master Card. Com este escândalo a FIFA foi multada em US$ 60 milhões. Essa foi a primeira polêmica do francês.
Em uma reunião do Comitê Executivo da FIFA em 2007, Jérôme Valcke foi nomeado novo secretário geral da FIFA, como proposto pelo presidente Joseph Blatter. Valcke foi o primeiro secretário geral que não nasceu na Suiça desde 1956. Sua nomeação foi uma surpresa para muitos, já que o francês havia passado por polêmicas em 2006. Contando com a desconfiança de muitos, o que era esperado aconteceu novamente, o francês aprontou mais uma vez, só que agora com a polêmica das vendas de ingressos no Brasil.
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