11 de junho de 2021. 16 horas em Brasília, 21 horas em Itália, nação que vai acolher o encontro que assinala início da Eurocopa 2020. A contagem decrescente já se iniciou e serão turcos e italianos a ter a honra de dar o pontapé de saída na competição que se disputará em vários pontos do continente. A Itália, integrante do grupo A, é primeira nação sob análise. As Casas de Apostas já estão disponibilizando as primeiras odds para a competição de seleções mais importante da Europa.
Itália na Eurocopa
53 anos depois, a seleção italiana inicia sua caminhada na Eurocopa 2020 no palco em que se sagrou campeã da Europa pela primeira (e única) em sua história. Campeã do mundo em 1934, 1938, 1982 e 2006, a “Squadra Azzurra” só conquistou o troféu mais importante do “Velho Continente” em uma ocasião, corolário de uma campanha com contornos, no mínimo… peculiares. A 5 de junho de 1968, em Nápoles, na terceira edição do Europeu de futebol, a semi entre Itália e União Soviética chegou ao fim dos 120 minutos (90’ + 30’) com uma igualdade sem gols no marcador. Sem “gol de ouro” nem pênaltis à época, os capitães de equipa (Gacinto Facchetti do lado italiano, Albert Shesternyov do lado soviético) reuniram com o árbitro alemão Kurt Tschenscher a fim de tomarem uma decisão. Por muito bizarro que possa parecer, a eliminatória ficaria decidida através do lançamento de uma moeda ao ar. Aí, a sorte sorriu à Itália que marcou encontro com a Jugoslávia na final. O primeiro jogo da final culminou com um empate a uma bola, ao passo que, na “revanche” foi a Itália quem levou a melhor, ao triunfar por dois tentos sem resposta. Desde então, a Itália não voltou a erguer o troféu, embora tenha marcado presença em nove fases finais e alcançado duas finais, nomeadamente em 2000 e em 2012. Em 2016 se ficou pelos “quartos” da competição e, em 2018, a não qualificação para a Copa do Mundo 2018 fez com que abanassem os mais sólidos pilares do Calcio – Carlo Tavecchio, presidente da Federação Itália de Futebol, cessou mesmo funções após o falhanço. Desde 1958 que a seleção italiana não falhava o acesso à fase final de uma Copa do Mundo e é claro que isso despoletou uma profunda reflexão dos responsáveis pelo futebol transalpino. Roberto Mancini foi contratado e assumiu a responsabilidade de renovar a seleção italiana e de a recolocar na rota dos triunfos.
Esta Itália não é para velhos
“No Country for Old Men” – “Este País não é para velhos” na sua versão portuguesa. Com todo o respeito pelos atletas titulados e consagrados que marcaram uma era nos seus clubes e na seleção, a realidade é que a chegada de Roberto Mancini ao comando técnico da Itália alude ao título do filme norte-americano escrito e dirigido pelos irmãos Cohen, baseado no romance homónimo de Cormac McCarthy. Gianluigi Buffon, Barzagli, Chiellini e Danielle De Rossi renunciaram à seleção, abrindo espaço para uma renovação que já se impunha, tal como os próprios entenderam, encerrando assim de forma tão inglória quanto ingrata os respetivos percursos na seleção italiana. Mancini assumiu a pasta e, até ver, seu trabalho merece elogios: em cerca de três anos, foram quase 30 os jogadores que se estrearam com a camisola da principal seleção “Azzurra”. De resto, a tendência que se verifica agora a nível de seleção é algo que também reflete a mudança de paradigma na Série A: há cada vez menos espaço para “veteranos” nos clubes que a disputam e, simultaneamente, maior vontade e predisposição para a aposta em jogadores jovens.
Longe vão os tempos do Catenaccio – e ainda bem que assim é! Preferências à parte, a realidade do futebol italiano é totalmente distinta nos dias que correm e Roberto Mancini tem sob suas ordens uma geração talentosa que não “aprisiona” a uma ideia de jogo mais conservadora, reativa e pragmática. A “matreirice” visceral do futebol italiano continua a ser uma ameaça para os adversários desta Itália que, no entanto, é mais que uma equipa quase que obsessiva nos momentos de organização e transição defensiva, apresentando qualidade e capacidade em todos os sectores. A renovação das fileiras da seleção italiana implicou a inclusão de jogadores como Bastoni, Barella, Locatelli, Fede Chiesa ou Moise Kean, mas nem só por jovens é composta esta seleção que quer encontrar o equilíbrio perfeito entre a experiência e a irreverência de jovens que querem devolver sua nação aos dias de glória. Assim, a menos que algo aconteça ao início da competição, jogadores como Leonardo Bonucci, Marco Veratti, Jorginho, Ciro Immobile, Lorenzo Insigne ou Andrea Belotti deverão integrar as escolhas de Roberto Mancini para a disputa da fase final dessa Eurocopa.
Na caminhada de apuramento para essa Eurocopa 2020, a seleção italiana foi uma das duas únicas nações que conseguiu alcançar um registo 100 por cento vitorioso ao somar os 30 pontos que disputou e vencer o grupo J, partilhado com as congéneres da Finlândia, da Grécia, da Bósnia, da Arménia e do Liechtenstein. Além de ter “detonado” as eliminatórias para esse Euro 2020, a seleção italiana também se apurou para a “final-four” da Liga das Nações pela primeira vez em sua história, dado que conquistou o grupo 1, partilhado com Holanda, Polónia e Bósnia – não sofreu qualquer derrota nessa sequência. Para encontrarmos a derrota oficial mais recente da seleção de Itália, precisamos recuar ao dia 9 de outubro de 2018, ocasião em que perdeu em Portugal para a Liga das Nações. Em termos absolutos, a seleção italiana não perde há 25 jogos e sofreu apenas dois desaires desde que Roberto Mancini assumiu seus destinos.
Itália no Euro 2020
A seleção italiana é a mais bem cotada de entre as quatro que integram o grupo A dessa Eurocopa 2020. Os transalpinos vão ter Turquia, País de Gales e Suíça pela frente e seria sempre favorita a vencer o grupo e alcançar as oitavas na condição de líder, mas há um fator que aumenta esse favoritismo: o facto de jogar os três jogos como mandante, no estádio Olímpico de Roma, ainda mais com a presença de público. Assim, os principais prognósticos em apostas se voltarão para a possibilidade de a “Squadra Azzurra” vencer a chave. A Itália iniciará seu percurso a 11 de junho, frente à Turquia. Na segunda rodada, a 16 de junho, enfrentará a Suíça, terminando a chave atuando ante o País de Gales. Considerando que se classificam os dois primeiros de cada chave e ainda os melhores terceiros, seria um escândalo que o time transalpino não assegurasse o acesso, algo que deverá acontecer sem passar por grandes problemas. Não tem jogo ganho sem ser dentro do gramado, mas assumindo que Itália vence o grupo A, então se cruzará com o segundo colocado do grupo C, composto por Holanda, Ucrânia e Macedónia. Ainda é bem cedo para fazer previsões para o “mata-mata”, mas é claro que o cruzamento que segue à primeira fase ditará muito daquilo que serão as reais chances de um time no que diz respeito à conquista do troféu. À entrada para esse Euro 2020, a Itália não pode ser considerada favorita, mas diríamos que é uma nação que “corre por fora”. O time voou na fase de classificação, tem uma equipa repleta de bons valores e condições mais que suficientes para fazer uma boa figura em esse retorno às competições internacionais, cinco anos após falhar escandalosamente a presença na Copa do Mundo da Rússia.
Recordes da Itália na Eurocopa
A Itália participará de uma fase final da Eurocopa pela 10ª vez em sua história e está claro que falamos de uma das principais forças do futebol do “Velho Continente”. Ainda assim, o único sucesso da Itália nesse contexto aconteceu em 1968, com uma bizarra campanha que já citámos acima por força da forma como se classificou à final.
Gianluigi Buffon é o jogador com mais jogos em fases finais da Eurocopa pela Itália. Agora, o “veterano” que se prepara para deixar sua Juventus no final da temporada tem em “Gigi” Donnarumma seu legítimo herdeiro, goleiro que já é tido como um dos melhores da atualidade apesar de sua tenra idade. Curiosamente, os dois maiores artilheiros da história da Itália em fases finais da Eurocopa são ambos conhecidos pela postura polêmica fora dos gramados: Mario Balotelli e Antonio Cassaino, com três gols cada. Nessa fase final do Euro 2020, Ciro Immobile e Andrea Belotti serão os principais responsáveis por “atacar” esses registos, ajudados de perto por jogadores como Insigne, Chiesa ou Bernardeschi.
Antes de se estrear na fase final dessa Eurocopa 2020, a Itália tem dois encontros amistosos já agendados para sua fase de preparação. A 28 desse mês de maio, vai medir forças com a frágil seleção de San Marino. Já a 4 de abril, uma semana antes da estreia, terá um confronto de preparação com a República Checa, nação que também vai estar na fase final dessa Eurocopa 2020 e integra o grupo D juntamente com as congéneres de Croácia, Escócia e Inglaterra.
Boas apostas!