As Casas de Apostas apontam a seleção inglesa como segunda principal candidata à conquista dessa Eurocopa 2020, algo que seria inédito na sua história. Apesar da riquíssima tradição futebolística, desde a Copa do Mundo de 1966, disputada em casa, que os “Three Lions” não são capazes de erguer um grande troféu. As decisões dessa Eurocopa 2020 se jogarão em solo britânico e esse é mais um motivo que contribui para o favoritismo inglês, sem descurar o inegável talento que esse time possui. Três anos depois de terem alcançado as “meias” da Copa do Mundo, os pupilos de Gareth Southgate chegam nessa edição da Eurocopa dispostos a fazer história.

Apuramento (quase) perfeito

A seleção inglesa não teve dificuldades para chegar nessa fase final da Eurocopa, alcançando um registo impressionante do ponto de vista ofensivo nas eliminatórias de classificação para a prova. Inserida no grupo A junto co República Tcheca, Kosovo, Bulgária e Montenegro, a equipe britânica dominou a chave e venceu com 21 pontos em 24 pontos possíveis, deslizando somente na visita a Praga. Os eleitos de Gareth Southgate terminaram as eliminatórias com uma média superior a quatro golos marcados/jogo (!), dado impressionante mesmo tendo em conta a superioridade clara em relação a pelo menos três dos quaro adversários. A caminho dessa Eurocopa, golearam a República Tcheca (5-0) em Wembley antes da derrota em Praga (2-1), “esmagaram” Montenegro no conjunto dos dois desafios (1-5; 7-0), também não deram qualquer chance à Bulgária (4-0; 0-6) e depois de terem surpreendentemente sofrido três gols na receção ao Kosovo (5-3), foram ao território de uma das últimas nações a serem reconhecidas pela UEFA vencer por quatro a zero. Harry Kane, figura de proa dessa seleção inglesa, foi o artilheiro das eliminatórias com 12 tentos apontados.

O histórico da seleção inglesa em fases finais da Eurocopa não é tão rico quanto isso. A primeira presença remonta a 1980, na Eurocopa da Itália, edição na qual não foi além da fase de grupos. Em 1988 (Inglaterra) e na Suécia (1992) também não seria capaz de superar a primeira fase, feito que almejaria pela primeira vez em 1996, atuando em casa, com a “conquista” do terceiro lugar. A Eurocopa 2000 da Bélgica e da Holanda ditaria nova eliminação na fase de grupos, mas volvidos quatro anos, o percurso terminaria nas quartas às mãos de Portugal, nação anfitriã que levou a melhor nas grandes penalidades. Fora da Eurocopa 2008, a Inglaterra chegou nas quartas em 2012 na prova disputada na Polônia e Ucrânia, mas protagonizou um dos maiores choques em 2016 ao perder para a estreante Islândia nas oitavas na Eurocopa 2016, disputada na França.

Gareth Southgate

O atual selecionador inglês assumiu os destinos do time em circunstâncias algo inusitadas, na sequência do inesperado despedimento de Sam Allardyce que disputou apenas um encontro no cargo. A FA decidiu despedir Allardyce após a divulgação de um vídeo em que dava conselhos a jornalistas disfarçados acerca de como contornar regras de transferências. A conduta de “Big Sam” não agradou aos responsáveis da Federação que recorreram então a Southgate, treinador da base da seleção inglesa com uma curta experiência ao serviço do Middlesbrough, clube do qual acabou mesmo por ser despedido. No entanto, aquela que parecia ser uma solução de recurso e transição acabou por ser efetivada. Southgate assumiu em 2016 e a boa campanha na Copa do Mundo 2018, prova em que conseguiu guiar a seleção inglesa à primeira semi em 28 anos, aumentando assim sua popularidade e credibilidade. Esta Eurocopa será um verdadeiro teste para Southgate, dado que a expetativa está elevada por conta da quantidade de partidas que o time inglês pode vir a disputar em seus domínios. Alvo de críticas por conta dos desempenhos aquém frente a seleções que estão em um pedestal idêntico ao desta seleção inglesa, Southgate quer guiar sua seleção a um feito inédito.

Leões talentosos

A Inglaterra realizou uma das suas melhores campanhas dos últimos anos na Copa do Mundo da Rússia. Três anos depois, acreditamos que Gareth Southgate tem um time ainda mais talentosa sob suas ordens e a expetativa está elevada.

Na última fase final de uma grane competição, Southgate privilegiou o uso de um sistema com três zagueiros. Stones – Jones – Maguire estiveram assumindo funções desde trás, dando liberdade a Trippier e Rose pelos corredores. A utilização desse sistema não está descartada, mas olhando para a forma como os ingleses têm alinhado nesse ciclo de preparação, a utilização de um 1x4x3x3 não seria tão surpreendente assim. Na defesa das redes seguirá Jordan Pickford, goleiro do Everton. Assumindo a escalação em um 1x4x3x3, pelas laterais deverão estar Trippier ou Chilwell, enquanto no centro da zaga tem uma dúvida associada à condição de Harry Maguire. O zagueiro que falhou a final da Liga Europa está se recuperando e poderá não ser primeira opção em função disso, permitindo a aposta na dupla Mings – Stones. No meio também tem algumas questões que se levantam associadas à condição de Jordan Henderson. Se tudo correr como Southgate espera, a tendência é para um setor intermediário a três com Rice – que época fez no West Ham! – como elemento mais recuado, Henderson com funções de 8 e Grealish mais solto no apoio ao trio da frente. Aí, tem um indiscutível: Harry Kane, no centro. Pelas alas, Mount e Sterling poderão assumir, mas tem tanta qualidade para as alas que, jogue quem jogar, os ingleses serão perigosíssimos. Vale lembrar que os jogadores que disputaram a final da Liga dos Campeões pelo Manchester City e pelo Chelsea só se juntaram à concentração inglesa mais tarde. Olhando para o time inglês que atuou em 2018, tem nomes que já não constam na lista de Southgate, entre os quais Phil Jones, Loftus-Cheek, Delph ou Eric Dier.

Inglaterra na Eurocopa 2020

Sendo uma das principais favoritas a erguer o troféu, está claro que a seleção da Inglaterra também ostenta esse favoritismo no que diz respeito ao triunfo em seu grupo. Croatas, escoceses e checos partilham a chave com os ingleses e compõem um grupo bem interessante. A Croácia, longe de estar ao nível que exibiu em 2018 aquando da chegada na final da Copa do Mundo, não deixa de ser uma adversária cujas qualidades não podem ser relativizadas. Já a Escócia, de volta à fase final de uma grande competição, também fará “das tripas coração” nessa oportunidade, ao passo que os checos se podem gabar de terem sido os únicos a derrota os “Three Lions” nas eliminatórias de classificação para a prova – antes desse desaire em Praga, a Inglaterra esteve um total de 43 jogos consecutivos sem perder entre eliminatórias para a Eurocopa e para a Copa do Mundo. Se perspetiva uma briga interessante pela segunda colocação da chave, mas o favoritismo no que concerne ao triunfo final nesse grupo D está claramente do lado da Inglaterra, restando demonstrar isso dentro do campo. Para lá de se preparar para disputar todos os encontros dessa fase de grupos em seus domínios, nomeadamente em Wembley, a Inglaterra também disputará o encontro das oitavas em Londres se vencer a chave, razões que nos levam a crer que será boa ideia incluir uma vitória inglesa na chave em seus prognósticos para apostas.

Histórico da Inglaterra na Eurocopa

Inglaterra é uma nação riquíssima do ponto de vista futebolístico, mas desde 1966 que os britânicos não celebram um grande êxito da sua seleção. Campeã do mundo atuando em casa nesse mesmo ano, a Inglaterra nunca conseguiu vencer uma edição da Eurocopa até os dias de hoje. Seu melhor desempenho de sempre aconteceu em 1996, também atuando em casa, quando chegou nas semis da competição – Gareth Southgate, atual selecionador, ficou conhecido por falar um pênalti nessa semi. Daí para cá, se ficou pela fase de grupos no Euro 2000, foi derrotada nas quartas em 2004, em 2008 não se apurou, em 2012 tornou a se ficar pelas quartas e, em 2016, caiu às mãos da Islândia em um verdadeiro vexame.

Boas apostas!