O mundo do futebol movimenta centenas de milhões de dólares todos os dias, isto não é novidade para ninguém. Sempre estarão surgindo novas negociações, novos talentos, compra e venda de jogadores, novos contratos entre técnicos e clubes. No meio de tudo isto estão grandes empresários, os quais ganharam muito mais espaço depois que a “Lei Pelé” deu ao jogador o direito de ser dono de seu próprio passe, tirando dos clubes formadores um grande potencial de ganho por ter formado o atleta. A “Lei Pelé” foi instituída em 24 de março de 1998, ficou conhecida também como “Lei do passe livre”. Sabemos que na verdade, os clubes foram os grandes prejudicados com a “Lei Pelé”, principalmente clubes formadores de atletas, que tiveram uma grande parte de seus direitos perdidos para empresários que agenciam os jogadores e quase sempre os jogadores não ficam com a maior parte das negociações de seu próprio passe.

Jorge Machado e Gilmar Veloz, empresários do futebol

Jorge Machado e Gilmar Veloz, empresários do futebol.

Jorge Machado e Gilmar Veloz, empresários do futebol.

Gilmar Veloz e Jorge Machado são uns destes empresários, a dupla que tem contatos no mundo inteiro, afirma que tem faturamentos astronômicos com negociações no mundo futebolístico. Gilmar agencia grandes nomes do futebol mundial como os jogadores Alexandre Pato e Luiz Adriano atacante do Milan, Mário Fernandes do CSKA Moscow entre outros inúmeros jogadores de futebol.  O ramo não limita a representação somente de jogadores, os técnicos Tite e Luxemburgo também são agenciados. Geralmente os empresários ficam com 10% de todas as negociações. As negociações incluem uma renovação de contrato, ou quem sabe uma eventual volta de um técnico a um clube em que já trabalhou. Foi o que aconteceu com Tite quando chegou pela segunda vez ao clube em 2010, o seu empresário Gilmar Veloz recebeu novamente 10% do acordo, e novamente em 2015. Prevendo futuras negociações, os empresários mantém cerca de mais de 80 garotos da base da dupla dos maiores times do Rio Grande do Sul, Grêmio e Internacional.  Os investimentos são em longo prazo, porém é um mercado que quando dá lucro, os números são verdadeiramente astronômicos.

O começo interessante de Gilmar Veloz

Célio Silva foi zagueiro do Internacional e seleção brasileira.

Célio Silva foi zagueiro do Internacional e seleção brasileira.

A história de um dos maiores empresários do futebol do Rio Grande do Sul e do Brasil, iniciou de maneira curiosa. Gilmar Veloz conta que sua vida de empresário de jogadores começou no fim da década de 1980, quando trabalhava vendendo carros e resolveu se aproximar dos jogadores do Internacional no pátio do Beira Rio para vender carros aos jogadores. Certa vez, o zagueiro Célio Silva, percebendo que Gilmar era bom negociante, pediu para que Gilmar representasse ele diante a diretoria do clube, para renegociar sua renovação de contrato com o Internacional.

Gilmar fazia a representação entre o atleta e o clube, buscando sempre algo que ficasse melhor para o jogador. Por exemplo: Se o atleta recebia R$ 5 mil mensais, Gilmar negociava a renovação do jogador pedindo R$ 15 mil mensais, acabava fechando por R$ 12 mil mensais. Pela negociação, Gilmar ficava com 10% do valor negociado, ou seja, R$ 1.200 mensais durante o período do contrato. Pelo lado do jogador, o atleta ficava mais que satisfeito, seu salário havia dobrado e com isso, fazia propaganda de Gilmar para outros jogadores da equipe, Gilmar começou desta forma sua carreira bem sucedida de empresário do mundo futebolista.

Ganhos e perdas dos empresários

Mário Fernandes jogador do CSKA Moscow.

Mário Fernandes jogador do CSKA Moscow.

Um dos clientes de Gilmar Veloz é o jogador Alexandre Pato, que pertence ao Corinthians e foi emprestado para o São Paulo e depois foi emprestado ao Chelsea onde ficou por alguns meses mas não deve permanecer por lá.  Especula-se que quando Gilmar Veloz negociou Pato do Internacional para o Milan em 2007, acertando um salário de R$ 10,5 milhões por ano para o jogador, Gilmar passou a receber somente deste jogador, uma quantia de R$ 1 milhão por ano.

Este é apenas um exemplo entre outros vários clientes que Gilmar Veloz possui em sua carteira. Porém, nem tudo são flores, Gilmar e Machado também tem alguns prejuízos, Machado diz que já perdeu muito dinheiro, devido a lei que não permite contratos com adolescentes menores de 16 anos, muitas vezes já chegaram a comprar carros e casas para a família de jovens promessas, mas depois o garoto não vinga ou toma outro rumo e eles perdem o investimento.

Outro caso recente, ocorreu quando o empresário italiano Mino Raiola, procurador do sueco Ibrahimovic, tentou assediar o atacante gremista Yuri Mamute em 2012, hoje com 21 anos, Raiola ofereceu R$ 200 mil à família do garoto, mas Machado cobriu o valor e manteve a procuração do atleta, que ajudava a sustentar desde os 11 anos. Outro caso foi com o jogador Marlon que foi revelado nas categorias de base do Inter, o jogador foi assediado por empresários para levar o garoto para o Santos, porém Machado deu uma casa de três quartos para o pai do garoto e manteve o jogador no Internacional. Os empresários lidam bem com as perdas e ganhos, durante as negociações, o empresário pediu 40% dos direitos econômicos de Marlon e Mamute. Dependendo do valor da negociação, 40% vai fazer os R$ 200 mil da casa ofertada, virar uma ninharia. Em um caso semelhante, o jogador Mário Fernandes que está jogando no CSKA Moscow da Rússia até hoje, foi negociado por R$ 36 milhões, os empresários haviam investido R$ 1 milhão por 50% dos valores econômicos do atleta, ou seja R$ 18 milhões.

Boas Apostas !