Já dizia o ditado, o bom filho a casa torna. Esse pode ser o ditado que melhor define o atual momento do ex-goleiro Rogério Ceni, que está de volta ao São Paulo, desta vez como treinador. No dia seguinte a demissão do treinador Ricardo Gomes, o São Paulo confirmou a contratação do ídolo da torcida tricolor, Rogério Ceni.
A informação foi dada na última quinta-feira (24) através da uma rede social oficial do São Paulo, que publicou um vídeo criativo onde anuncia a contratação de Ceni para o cargo de treinador. “Rogério Ceni sempre foi um protagonista. Nos últimos 12 meses, mostrou ambição em se qualificar para uma nova função no futebol, estudou com os melhores do mundo, e nos convenceu ao apresentar um projeto consistente e contemporâneo de futebol para o São Paulo. É uma figura de enorme importância para o clube que chega com a determinação de ser o melhor novamente, dessa vez como treinador”, afirmou o atual presidente do São Paulo, Leco. O contrato do novo treinador é de dois anos e Ceni deverá assumir a equipe apenas em 2017, já que Pintado será o interino nas duas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, onde o São Paulo enfrentará o Atlético Mineiro e o Santa Cruz.
Alguns membros da diretoria tricolor, em grande parte membros da oposição, afirmam que a contratação de Rogério Ceni tem mais uma motivação política do que propriamente para uma melhoria de resultados nas competições nacionais e continentais, já que em abril do próximo ano haverá a eleição do novo presidente da equipe paulista, onde Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, é candidato à reeleição e espera conseguir apoio graças à presença do ídolo Ceni.
Início das negociações
As negociações com Rogério Ceni começaram ainda na metade de ano, quando Edgardo Bauza deixou o comando técnico do São Paulo para assumir a seleção da Argentina. Nessa época, o ex-goleiro viajou até a Europa, onde realizou estudos e cursos com o intuito de se parar para assumir o cargo de treinador do São Paulo, fazendo até um estágio com Jorge Sampaoli, atual técnico do Sevilla. Porém, por algum motivo, as negociações não avançaram e a equipe acabou contratando Ricardo Gomes. Meses depois, o treinador não conseguiu uma boa sequência e recebeu muitas críticas por parte da torcida, acelerando o processo para Ceni assumir o São Paulo, clube que defendeu durante toda a sua carreira e onde pode novamente fazer história.
Com o perigo de demissão de Ricardo Gomes, reuniões e negociações foram realizadas com mais intensidade e um acordo com Ceni ficou muito próximo de ser acertado na noite da última quarta-feira (23), tendo como pequenos problemas o tempo de contrato e mais alguns detalhes. Acertado esses detalhes, o contrato foi firmado na tarde da quinta-feira (24), com Ceni podendo ser apresentado oficialmente daqui alguns dias como o novo treinador do São Paulo. Para anunciar ao público essa notícia, o clube usou sua rede social oficial e seu mascote, que apareceu em um vídeo entrando no Morumbi com um quadriciclo e se dirigindo ao banco de reserva, onde colocou um papel com a inscrição “01”, fazendo referência ao número da camisa usada por Ceni quando goleiro.
Maior ídolo da torcida tricolor
A carreira de Rogério Ceni no São Paulo é cheia de títulos e boas histórias. Chegando ao clube em 1990, com apenas 17 anos, foi vice-campeão da Copa São Paulo de Futebol Junior de 1992 e no mesmo ano subiu para o elenco profissional devido a trágica morte do goleiro Alexandre em um acidente de carro. Com essa tragédia, Ceni assumi a vaga de reserva do goleiro titular, Zeti. No ano seguinte, foi campeão da Copa de Futebol Junior, sendo novamente chamado para o elenco titular depois da competição. Já em 1996 finalmente conseguiu seu lugar como titular, conquistada depois da saída de Zeti e dando início a sua maravilhosa trajetória no São Paulo, onde conquistou títulos e tornou-se ídolo.
Além de ser um ótimo goleiro, Rogério Ceni também ficou conhecido por ser um cobrador de falta e pênalti difícil de acreditar para um goleiro. Durante os vinte e cinco anos que defendeu as cores do São Paulo, Ceni marcou 132 gols, sendo 61 deles de falta, 70 de pênalti e 1 em bola rolando, além de ter dado 8 assistências, número incríveis para um goleiro. Tratando-se de títulos, os números também são muito bons, tendo sido tricampeão brasileiro (2006,2007,2008), campeão do Mundial de Clubes (2005), bicampeão da Copa Libertadores (1993 e 2005), campeão da Copa Sul-Americana (2012), Copa Intercontinental (1993), Supercopa da Libertadores da América (1993), entre outros.
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