Gianni Infantino, atual presidente da FIFA.

Gianni Infantino, atual presidente da FIFA.

Gianni Infantino, presidente da Fifa recém-eleito, entregou documentos à Justiça dos Estados Unidos com o objetivo de receber milhões de dólares em indenização de cartolas envolvidos (da Conmebol e da Concacaf) em recentes casos de corrupção. O presidente da FIFA acusou dirigentes de futebol de várias confederações de terem agido de má fé, terem praticado corrupção e prejudicado a FIFA, tanto financeiramente, quanto moralmente.

Em um recurso apresentado ao Ministério Público dos Estados Unidos, a FIFA estima que precisa receber pelo menos US$ 28 milhões (R$ 106 milhões) do dinheiro já coletado pela Justiça americana dos cartolas que já teriam confessado culpa. No total, os americanos já recuperaram US$ 191 milhões (R$ 720 milhões) no escândalo do futebol.

Se alguém tinha dúvidas se Gianni Infantino seria capaz ou não de inovar a FIFA, este ato de denunciar os cartolas demonstra que o dirigente pretende direcionar a sua gestão na direção correta. A entidade FIFA está precisando mostrar ao mundo que pode agir contra a corrupção, a entidade precisa voltar a ter credibilidade e é isto que o novo presidente Infantino está tentando fazer.

“Os réus desviaram esse dinheiro não apenas da Fifa, mas de jogadores, técnicos e fãs em todo mundo que se beneficiam dos programas que a Fifa desenvolve e promove o futebol. Esses dólares foram feitos para construir campos de futebol, não mansões e piscinas; para comprar kits de futebol, não jóias e carros; e para financiar jogadores jovens e desenvolvimento técnico, não para assegurar estilos de vida luxuosos para executivos de futebol e de marketing esportivo. Quando a Fifa recuperar este dinheiro, ele será redirecionado para sua finalidade original: para o benefício e desenvolvimento do futebol internacional”, declarou Infantino.

Três ex-presidentes da CBF

Ricardo Teixeira, Marco P. Del Nero e José Maria Marin, Ex-presidentes da CBF.

Ricardo Teixeira, Marco P. Del Nero e José Maria Marin, Ex-presidentes da CBF.

Para vergonha de nós brasileiros, o escândalo atingiu diretamente a CBF, os três ex-presidentes da entidade, Ricardo Teixeira, Marco Polo Del Nero e José Maria Marin  foram citados pelo presidente da FIFA Infantino. Cerca de US$ 5,3 milhões (R$ 19,9 milhões) foram pedidos por Infantino para a justiça norte americana, por danos causados pelos dirigentes brasileiros. Infantino ainda disse que os ex-presidentes da CBF prejudicaram a reputação da FIFA.

Del Nero e Ricardo Teixeira foram membros do Comitê Executivo da FIFA durante vários anos, segundo a entidade máxima do futebol, teriam desviado quase R$ 20 milhões em gastos como salários, viagens, hotéis e outros gastos.

“Os réus condenados abusaram das posições de confiança que eles tinham na Fifa e em outras organizações internacionais do futebol e causaram danos sérios e duradouros para a Fifa, seus membros associados e à comunidade do futebol”, disse o presidente Gianni Infantino.

“O dinheiro que eles se apropriaram pertencia ao futebol mundial e tinha significado para o desenvolvimento e a promoção do jogo. A Fifa, como a entidade máxima do futebol, quer que o dinheiro volte, e nós estamos determinados a conseguir isso não importa o quanto demorar”, concluiu Infantino.

Por que os EUA estão sendo os responsáveis pela investigação?

Agentes do FBI apreendem documentos na sede da CONCACAF.

Agentes do FBI apreendem documentos na sede da CONCACAF.

Tudo começou com a indicação da Copa do Mundo de 2022 no Catar, o que levantou muitas suspeitas de compras de votos os quais foram comprovados após investigações. Entre outros assuntos, a venda de direitos de TV, com empresas de marketing também foram investigados e comprovados o envolvimento até o pescoço em operações corruptas. Paralelamente, o Departamento de Justiça da Suíça está investigando a Fifa por corrupção e lavagem de dinheiro e, também por isso, uniu forças com os Estados Unidos nesta operação. Uma das responsáveis pela investigação é a Procuradora Geral dos Estados Unidos, Loretta Lynch.  Em maio de 2015, o FBI comandou uma operação surpresa em Zurique na Suíça, com mandados de prisão para 14 dirigentes da Fifa, entre eles José Maria Marin, ex-presidente da CBF.

A entidade que comanda o futebol já enfrentou muitas acusações de corrupção, mas nunca em um tribunal dos Estados Unidos. Atualmente as investigações estão bem avançadas e já foram recuperados, um dos exemplos foi recursos que José Hawilla já pagou como multa à Justiça dos EUA, cerca de US$ 151 milhões (R$ 569 milhões). O empresário José Hawilla, fundador da multinacional de marketing esportivo Traffic Group. Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (EUA), Hawilla confessou a participação nos crimes de extorsão, fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. No total, os americanos já recuperaram US$ 191 milhões (R$ 720 milhões) no escândalo do futebol.

Boas Apostas!