Spray Spuni, nome do spray inventado pelo brasileiro.
Entre as funções mais difíceis de um árbitro em uma partida de futebol, está o de manter a barreira de jogadores há nove metros e quinze centímetros da bola em uma cobrança de falta. Até o ano de 2000, era quase impossível manter os jogadores na medida exigida, pois esses costumavam dar alguns passos para frente antes da falta ser cobrada, o que gerava muitas reclamações da equipe adversária. E pensando nesse problema que muitas vezes atrapalhava o andar da partida e poderia até influenciar no resultado final, um brasileiro chamado Heine Allemagne criou um equipamento que hoje em dia é muito comum no futebol, o spray que o árbitro usa para demarcar o local em que a barreira deve ficar posicionada. Heine Allemagne morou em Ituiutaba, no estado de Minas Gerais e já tinha trabalhado como office boy e gerente de um negócio de gráfica e publicidade.
A vida de Heine mudou quando estava assistindo a uma partida entre Brasil e Argentina, em que o narrador Galvão Bueno disse: “Eu ainda quero ver o cidadão que vai manter a barreira no lugar”. Foi aí que Heine começou a pensar em como poderia trazer uma solução, uma demarcação provisória no local que a barreira deveria ficar. “Eu estava assistindo a um jogo, quando o comentarista Galvão Bueno falou sobre esse problema da barreira. Pensei em algo provisório e que fizesse uma linha reta. Então, lembrei da espuma de barbear, fiz o teste e deu certo”. Heine pegou a espuma de barbear e desenhou uma linha reta no chão, foi assim que ele chegou à conclusão de que havia encontrado a solução perfeita, porém, ele não acreditou que isso poderia chamar atenção de alguém.
Depois de alguns dias, Heine viu na TV que a FIFA estava tentando acabar com o problema da barreira e sem pensar duas vezes, o mineiro voltou a trabalhar em sua invenção, procurando na internet maneiras de realiza-lo. Ele ligou para a TV Globo no estado do Rio de Janeiro e afirmou ter encontrado a solução para a FIFA. A TV Globo pediu para que Heine falasse sobre o projeto, mas ele disse que não estava como o protótipo pronto e que só falaria pessoalmente. Após isso, Heine procurou grandes empresas para produzir um protótipo do seu invento, mas só conseguir ouvir um “sim” quando achou o endereço de uma empresa menor, que produzia um spray de espuma no carnaval. Enfim Heine deu origem a solução a qual deu o nome de Spuni, um spray com 110ml /100g.
Patente e aprovação
Heine Allemagne, inventor do Spray Spuni.
Heine veio ao Paraná, para construir seu protótipo na empresa Chemiker do Brasil. O modelo seguiu as seguintes especificações: um produto biodegradável, fixação de aproximadamente 1 minuto e algo que pudesse aparecer em terrenos cobertos por neve. Com o modelo pronto, Heine foi para o Rio de Janeiro, onde fez uma matéria para a TV. Depois que a reportagem foi ao ar, ele foi atrás do registro da patente do seu projeto. Para isso, a fábrica pagou metade do custo, e a outra metade deveria ser paga por Heine, um custo de R$ 2 mil. Mas como ele estava sem dinheiro, teve a ideia de fazer uma aposta com seu advogado. “Disse ao advogado que se eu apresentasse uma ideia brilhante, ele me faria por metade do preço, caso contrário eu pagaria dobrado. Ele aceitou e eu venci a aposta”. Foi assim que ele conseguiu a patente.
Depois de registrar a patente, Heine começou a viajar para todos os lados e logo o Spray Spuni se tornou famoso em todo o Brasil. Ainda em 2000, a CBF autorizou o uso do spray na Copa João Havelange, e os árbitros que usaram o Spuni aprovaram com unanimidade, resultando no uso continuo em todas as competições do Brasil. Em 2008, o spray foi aceito pela CONMEBOL. E no dia 3 de março de 2012, quatro anos atrás, era a vez da FIFA aprovar o novo equipamento, assim como a IFAB (International Football Association), que regulariza as regras do futebol. Com essa aprovação, todas as federações ao redor do mundo, tiveram a autorização para usar o spray.
Boas Apostas!
