Quando chega o momento de uma substituição ou de saber quantos minutos serão agregados ao fim das partidas, poucas pessoas prestam atenção no equipamento utilizado pelos árbitros para mostrar o número da camisa do jogador que entrará em campo e do jogador que será substituído, dando mais importância ao desempenho apresentado na partida pelo jogador que sairá e fazendo suposições sobre o que o atleta que entrou poderá agregar ao seu respectivo elenco e na partida.

Mesmo sendo algo mudado há poucos anos, poucos de nós se lembram da época em que ao invés de uma grande placa eletrônica, eram usadas plaquinhas de madeira com números que representavam tanto a numeração dos atletas da partida, quanto os acréscimos dados pelo árbitro. Até 1996, até mesmo partidas de Copa do Mundo utilizavam plaquinhas de madeira para realizar as substituições durante as partidas e para anunciar quantos minutos de acréscimos eram acrescentados à partida.

A placa do brasileiro Eduardo já foi usada em cinco Copas do Mundo, como em 2014 no Brasil.

A placa do brasileiro Eduardo já foi usada em cinco Copas do Mundo, como em 2014 no Brasil.

Ao que parece, o brasileiro é tão fascinado por futebol que tenta encontrar maneiras de melhorar aquele que é o esporte mais amado no país. Assim como o Spray Spuni, que é usado pelos árbitros para delimitar a barreira em uma cobrança de falta ou onde a bola deverá ficar na hora de cobrar a falta, foi inventado por um brasileiro chamado Heine Allemagne, a placa eletrônica também foi criada por outro brasileiro, o cearense Eduardo Lamboglia. Ao falar sobre o porquê criou a placa eletrônica, Eduardo Lamboglia afirmou que enquanto assistia uma partida de futebol, percebeu a dificuldade enfrentada pelos árbitros com as plaquinhas, geralmente de madeira, usadas para anunciar as substituições e os acréscimos. Inicialmente, o cearense queria apenas criar uma placa luminosa de publicidade que nada tinha a ver com futebol, porém, ao notar essa dificuldade imaginou que uma placa de substituição para o futebol seria mais importante e viável. Depois de criar um protótipo do novo equipamento, Eduardo foi até a Federação Cearense de Futebol (FCF) para oferecer o produto, porém, acabou recebendo um não. “Fui à Federação (Cearense de Futebol) mostrar o projeto. Ninguém tinha condição de comprar”, afirmou o criador. Mas depois de um tempo, a entidade acabou aceitando utilizar o equipamento, que acabou sendo doado por Eduardo para finalmente ser usado em junho de 1997.

Apenas dois anos depois de ser utilizada pela primeira vez, a placa eletrônica foi usada pela primeira vez em uma competição internacional no dia 10 de junho de 1998, quando o meio-campista brasileiro Leandro saiu para ser substituído por Giovanni numa partida entre Brasil e Escócia no Stade de France, em Paris, válida pela primeira rodada da fase de grupos da Copa do Mundo de 1998, realizada na França e que acabou com o título da seleção francesa em cima do Brasil. Sobre esse dia, o criador da placa afirmou que ali tornou-se famoso. “Aí, tornei-me conhecido no mundo todo”. Depois da Copa do mundo de 1998, a placa eletrônica começou a ser utilizada nos principais campeonatos de futebol no mundo, além de mais quatro Copas do Mundo utilizando no novo equipamento em suas partidas. “Hoje, FIFA (Federação Internacional de Futebol), Confederação Sul-Americana (CONMEBOL) e várias federação estaduais são meus clientes”, afirmou Eduardo Lamboglia.

Detalhes técnicos

Placa eletrônica da Eletrônica Lamb.

Placa eletrônica da Eletrônica Lamb.

A placa eletrônica usada agora por quase todos os grandes campeonatos do mundo tem sua parte externa produzida por basicamente quatro componentes: poli carbono, polietileno, polipropileno, que são semelhantes a um isopor bem rígido, além da presença do alumínio. Já na parte interna estão uma bateria recarregável e os componentes eletrônicos que ativam 780 leds, as lâmpadas de alta intensidade usada na placa. Para que se formem o número do jogador que será substituído, que aparece na cor vermelha, e o número do jogador que entrará em campo, que aparece na cor verde, são utilizadas chaves rotativas, que mudam os números de acordo com a preferência. Graças a essa placa eletrônica, agora os árbitro não precisam ficar com plaquinhas de madeira com a numeração de todos os jogadores da cada partida, o que às vezes, poderia trazer até uma pequena confusão caso não tivesse uma plaquinha com a numeração de algum jogador. Além de ajudar os árbitros do mundo todo, a placa eletrônica facilita a visualização de quem assiste à partida, tanto no estádio, quanto quem assiste via televisão, já que os números aparecem iluminados e em um tamanho maior. O equipamento foi patenteado em fevereiro de 1997, por Carlos Eduardo Lamboglia, sendo patrocinado pela Tv Rádio Peças Comércio e Indústria LTDA. Atualmente, Eduardo Lamboglia possui uma empresa onde, entre outras coisas, vende sua placa eletrônica chamada Eletrônica Lamb.

Boas Apostas!