Um dia após a vitória saudita frente à seleção argentina, novo escândalo no Qatar: a seleção da Alemanha iniciou sua campanha na Copa do Mundo 2022 tal como tinha terminar a última da prova, em 2018: perdendo para uma seleção asiática, nesse caso, a do Japão.
A corajosa equipe do Japão nunca baixou os braços e, no fim da partida, contrariou a bem conhecida frase: nessa ocasião, “o futebol foi 11 contra 11 e no final”… ganhou o Japão.
Início a mandar, fim catastrófico
Se assistiu somente ao primeiro tempo da partida e posteriormente confirmou o resultado final, sua estupefação é bem natural.
Sem tirar o mérito à organização japonesa que já tinha sido exibida em todo o primeiro tempo, a realidade é que a seleção da Alemanha foi mais forte nos primeiros 45 e chegou mesmo em vantagem ao descanso, gol de pênalti cobrado por Ilkay Gundogan, o melhor na primeira etapa.
No final do primeiro tempo, a seleção da Alemanha só se podia queixar do fato de estar vencendo apenas por um gol de diferença, isso tendo em consideração todo o domínio.
A vantagem ia resultando de um pênalti ganho graças a uma intervenção desastrosa de Shuichi Gonda, goleiro que, qual “Goku”, se transformaria por completo no segundo tempo.
No início da segunda etapa, o Japão ia tentando reagir através de transições bem perigosas e ameaçando o gol, obrigando mesmo Neuer a uma grande intervenção. Do lado alemão, para lá de um lance em que Gonda foi obrigado a intervir três vezes 8começava a crescer), destaque para uma bola rematada ao ferro por Ilkay Gundogan, meia que foi o primeiro a abandonar a partida antes do minuto 70.
O banco da seleção do Japão, insatisfeito com os acontecimentos, procurou reagir. Assim, o selecionador Hajime Moriyasu lançou Tomiyasu, Mitoma e Asano.
A equipe foi melhorando a pouco e pouco, demonstrando cada vez maior agressividade e critério na pressão sobre a bola e, ofensivamente, destaque para o sentido de oportunidade nas rápidas transições, sobretudo pela direita.
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O segredo do Japão estava no banco
A 20 minutos do fim, já após as apostas em Tomiyasu, Mitoma e Asano, Moriyasu lançou Ritsu Doan e Takumi Minamino, pensando que esse “sangue novo” poderia dar mais vida e dinâmica ao time.
Essas “cartas” lançadas pelo selecionador do Japão não poderiam ter sido mais acertadas: quatro minutos após sua entrada, Ritsu Doan estabeleceu um empate (minuto 31) que se adivinhava atendendo ao quão desinibida e perigosa estava sendo a seleção japonesa, tudo isso perante uma equipe alemã bem menos equilibrada, organizada e exposta à transição que na primeira etapa da partida.
Não conformados com a igualdade, os japoneses continuaram fiéis a sua estratégia: coesos no momento de organização defensiva, com suas linhas bem definidas e próximas e sempre rápidos na saída para o ataque.
O ambiciona gol acabaria por acontecer para completar a segunda maior surpresa dessa Copa do Mundo 2022 até o momento: aos 83 minutos, Takuma Asano fez gol e levou os japoneses presentes no Khalifa International Stadium à apoteose total.
Até o fim, sem que as soluções lançados por Hansi-Fick surtissem efeito, a equipe japonesa foi capazes de resistir graças a sua superior organização e disponibilidade, conquistando a primeira vitória da sua história ante germânicos.
O triunfo frente à Alemanha corresponde a um feito inédito para os japoneses: até hoje, nunca tinham conseguido vencer um jogo na fase final de um Mundial depois de terem entrado a perder – o histórico era de dois empates e seis derrotas.
As seleções de Espanha e Costa Roca completam o Grupo E dessa Copa do Mundo 2022. A próxima rodada, agendada para dia 27, tem um encontro entre japoneses e costarriquenhos e um “clássico” entre a Espanha e a Alemanha.
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