Domingo caótico na Grécia. Em dia de duelo entre AEK e PAOK, nada mais nada menos que os dois primeiros colocados da Ethniki Katigoria, a partida ficou marcada por um grave incidente que, soube-se esta segunda-feira, ditará uma interrupção na competição por tempo indefinido.

Foto. "Getty Images"

Foto. “Getty Images”

Estádio Toumba, em Salónica. O PAOK recebe o AEK de Atenas em partida relativa à rodada 25 do campeonato grego. Na tabela classificativa, a vantagem pertence ao time visitante que leva mais dois pontos somados.

O encontro caminhava para o fim e se verificava um nulo no marcador. Já nos acréscimos, Fernando Varela, zagueiro do PAOK, faz o gol que daria a vitória aos donos da casa e permitiria ascender ao topo da tabela classificativa. Após apontar para o meio do gramado assinalando o gol, o árbitro desafio decide anular o gol por um alegado fora de jogo.

A decisão deixa as arquibancadas do estádio Toumba em polvorosa e, na sequência, a torcida do PAOK invade o gramado para tentar agredir o juiz da partida, acompanhados… pelo presidente do clube. Pior: Ivan Savvidis, representante máximo o clube da cidade Salónica, entrou no gramado acompanhado de quatro seguranças privados e armado, com uma pistola à sua cintura. Após a situação, o time do AEK se refugiou nos vestiários, recusou regressar ao gramado para disputar os instantes finais e o encontro foi dado como suspenso.

Governo com tolerância zero

A imagem de Ivan Savvidis a invadir o gramado com uma arma à cintura correu o mundo e o governo grego tomou medidas na manhã dessa segunda-feira. Em comunicado, Georgios Vassiliadis, secretário de Estado grego para a Cultura e Desporto anunciou que o primeiro escalão do futebol grego ficará suspenso por tempo indefinido. “Decidimos suspender o campeonato e não recomeçará enquanto não foi aprovado um novo quadro com o consentimento de todos”, referiu. Segundo a informação adiantada pelos mídia helénicos, o governo grego também já está em contacto com a UEFA, organismo que tutela o futebol europeu que ainda não se pronunicou a título oficial.

O ato de Ivan Savvidis fez com que a polícia grega emitisse um mandato de captura na manhã desta segunda-feira. Para além de Savvidis, os quatro seguranças que o acompanharam ao relvado também estão incluídos. Apesar de possuir licença para posse e uso de arma de fogo, o presidente terá que responder por violação à lei desportiva do país.

Ivan Savvidis, 58 anos, é um multimilionário detentor de várias empresas nas áreas do tabaco, comércio e produtos agrícolas. Dono do PAOK de há seis anos a esta parte, presidiu três clubes russos antes de chegar na Grécia, chegou a ter assento no parlamento da Rússia, país em que cumpriu serviço militar, e diz-se ser próximo de Vladimir Putin.

Boas Apostas!