O mundo parecia estar contra o Atlético Tucumán nessa terça-feira, data da partida de ida da 2ª pré-eliminatória da Libertadores 2017 entre o Atlético Tucumán e o El Nacional. Estreante na competição de clubes mais importante da América do Sul, o time argentino esteve à beira da eliminação sem sequer se apresentar em campo, resultado de uma situação bem caricata…

Foto: "Olé"

Foto: “Olé”

A diretoria do clube argentino decidiu voar para o Equador cerca de 48 horas antes da partida de ida da 2ª pré-eliminatória da Libertadores 2017 frente ao El Nacional, escolhendo a localidade de Guayaquil para realizar suas sessões de treinamento. Aparentemente, as sessões decorreram dentro da normalidade e tudo foi bem até ao dia do jogo, concretamente até ao momento do embarque com destino a Quito. O time embarcou mas o avião não descolou. Durante cerca de uma hora e meia, elenco, comissão técnica e alguns torcedores permaneceram dentro do avisão sem ar condicionado e sem informações sobre o que se passa. Por fim, sem permissão para voar, as portas do avião foram abertas e os responsáveis do Atlético Tucumán não tiveram alternativa se não comprar passagens num voo comercial que estava prestes a sair com destino a Quito. 19 jogadores e seis membros da comissão técnica seguiram viagem, deixando para trás o médico – impedindo que Lucchetti e Canuto tomassem as infiltrações necessárias para jogarem sem dir – e… os equipamentos.

Intervenção do embaixador argentino

Quando se soube do atraso, o El Nacional confirmou que aguardaria 45 minutos, tempo de tolerância previsto no regulamento da prova. Se o Atlético Tucumán não se apresentasse nesse tempo, pediria a vitória por três a zero – a primeira partida tinha terminado empatada a dois gols, resultado favorável ao equatorianos. O jogo começaria uma hora e meia após a hora previamente estabelecida, mas para que se realizasse, foi preciso a intervenção de Luis Juez, embaixador argentino no Equador, junto do presidente do El Nacional Tito Manjarrez e da direção da CONMEBOL. O jogo começou já depois de vários torcedores terem abandonado as arquibancadas do estádio de Atuhalpa. Na correria até ao jogo, o ônibus que transportava a comitiva do Atlético Tucumán chegou a atingir os 130 km/h.

Com a camisa da seleção argentina

Foto: "Juan Cevallos / AFP"

Foto: “Juan Cevallos / AFP”

A troca de avião fez com que as camisas do time ficassem para trás. Chegados em Quito, depois de terem ponderado jogar com a camisa alternativa do El Nacional, os responsáveis do Atlético Tucumán tiveram uma ideia melhor: A seleção argentina estava na cidade para disputar o Sudamericano sub-20, portanto pediu aos delegados da “albiceleste” para se apresentarem no estádio com os equipamentos do time argentino e com as chuteiras dos seleccionados. O pedido foi acedido e o Atlético Tucumán foi para o campo vestido com as suas cores, mas com um escudo diferente ao peito.

Quanto ao jogo em si, o Atlético Tucumán alcançou a vitória que precisava graças a um gol apontado por Fernando Zampedri ao 19 do segundo tempo. Na final da partida, apesar de o El Nacional ter motivos para protestar a partida e com isso tentar garantir uma vaga na próxima fase, o técnico Eduardo Favaro revelou que o clube está resignado com o desfecho da eliminatória e que o adversário foi mais forte dentro do campo. Lavallén, técnico do Atlético Tucumán, se apresentou com semblante carregado na coletiva após a partida mas exaltou ajuda divina: “Deus é justo”, disse.

O próximo adversário do Atlético Tucumán nessa Libertadores 2017 é o time colombiano do Junior Barranquilla, último obstáculo antes de alcançar a tão desejada fase de grupos. O campeão Palmeiras aguardará o desfecho dessa eliminatória com toda a expetativa, visto que o vencedor vai cair no seu grupo. Nas duas outras partidas da noite, o Union Española avançou ao eliminar o Cerro do Uruguai por um resultado agregado de cinco a dois e o Junior Barranquilla derrotou o time venezuelano do Carabobo por um total de quatro a zero.

Boas Apostas!